Os pesquisadores do Centro Tecnológico Satc (CTSatc) não escondem a alegria ao comemorar mais um avanço no campo de estudos do carvão mineral. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) confirmou a primeira patente verde da Satc, a zeólita produzida a partir das cinzas de carvão e de resíduos da indústria de alumínio.

A “zeólita verde” é um material (adsorvente) sintético, produzido em laboratório e que serve como adsorvente para as mais diversas aplicações. Esta patente tem como foco a síntese e aplicação do material na captura de CO2 emitido em processos de geração de energia. Em seguida, os estudos foram liderados pelos pesquisadores do CTSatc, em parceria com a PUC/RS.

As primeiras discussões sobre o tema iniciaram em 2013, com a tese de doutorado do pesquisador do Centro Tecnológico e professor da UniSatc, Thiago Fernandes de Aquino.

“Em seguida, conseguimos aprovar um projeto junto à Fapesc para iniciar os estudos em bancada, onde foi possível desenvolver e testar o material”, explica Aquino.

Dessa forma, o pedido formal de registro de patente verde foi aberto em fevereiro de 2019 e finalizado agora. O documento, liberado pelo INPI, determina que o direito de comercializar ou autorizar a comercialização da zeólita de cinzas de carvão e de resíduos de alumínio no Brasil, é da Satc e da PUC.

“A conquista dessa patente verde confirma o envolvimento da Satc com a sustentabilidade, algo que já vem de anos, com a implantação de projetos específicos e da própria certificação ISO 14.001. A zeólita sintética abre um leque de oportunidades inclusive para o surgimento de novas indústrias que agreguem valor à cinza do carvão”, reforça o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan.

Entendendo mais sobre a zeólita

Ela é um elemento que serve para as mais diversas aplicações por sua característica porosa, semelhante a uma “esponja”. Ela pode ser natural quando retirada de rochas vulcânicas. Assim, a zeólita pode ser produzida de maneira sintética com uso de compostos químicos e processos controlados.

A zeólita verde da Satc é sintética. Seu uso, por exemplo, pode ser feito também pela indústria de detergentes, fertilizantes e tratamento de efluentes. A princípio, a indústria de efluentes aproveita a característica porosa do material para armazenar substâncias que prejudicam o meio ambiente.

Uma iniciativa está sendo realizada em parceria com a PUC/RS. A ideia é usar as zeólitas na indústria de fertilizantes, unindo fósforo e potássio. Os macronutrientes são liberados de maneira gradativa para as plantas. Assim, evita-se as perdas e danos ambientais que comumente ocorrem na aplicação de fertilizantes comerciais.