A indústria automotiva tem apostado na tecnologia para gerar soluções para a poluição atmosférica causada pela emissão de gases dos veículos. Nos últimos anos, novas medidas têm sido adotadas pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para fiscalizar a fabricação de automóveis. Os veículos elétricos começam a ser uma das alternativas para a sustentabilidade na locomoção.

O Conama é o órgão no Brasil que determina, dentre outras coisas, os padrões de qualidade do ar e, por isso, o nível de poluentes que um veículo pode emitir. Alguns poluentes controlados pelo Conama são o monóxido de carbono (CO), o dióxido de nitrogênio (NO2) e o dióxido de enxofre (SO2).

Todos eles nocivos à saúde humana, se não respeitadas as devidas proporções. Buscando reduzir esses poluentes, foi desenvolvido o sistema ARLA 32, uma abreviatura para Agente Redutor Líquido Automotivo. Este sistema atua na redução da emissão de poluentes, transformando os tóxicos óxidos de nitrogênio em materiais não nocivos, como nitrogênio e água.

Para o professor do curso de Engenharia Mecânica e coordenador do Núcleo de Mobilidade Elétrica da UniSatc, Adelor Felipe da Costa, as novas tecnologias aplicadas à fabricação de motores com menor índice de emissão de gases poluentes representam um salto de qualidade no quesito sustentabilidade. “De 1996 a 2014 houve uma estagnação em relação à aplicação de tecnologias para redução de poluentes pelos veículos. Já a partir de 2014, tem sido possível observar um avanço significativo nesse processo”, afirmou.

Em relação à novidade dos veículos elétricos, o professor Adelor alerta para a importância de pensar a sustentabilidade em todo o ciclo útil dos automóveis, que vai da fabricação ao descarte correto dos materiais. É preciso, ainda, criar meios para que a substituição de veículos de combustão por veículos elétricos seja possível na cidade.

Na mesma linha, a professora e doutora em meio ambiente e desenvolvimento urbano, Teresinha Maria Gonçalves, alerta para a necessidade de ampliar a discussão. “Além dos avanços na tecnologia de produção automotiva, é preciso criar uma cultura de pertencimento das pessoas à sua cidade. Novos hábitos precisam ser adotados para um efetivo aumento na qualidade de vida”, destacou.

A professora Teresinha destaca que é fundamental “arborizar a cidade, é importante cultivarmos áreas verdes em nossas casas, em nossa cidade”, o que, para ela, tem sido visto como uma mudança de paradigma. “As novas gerações estão mais preocupadas com isso, eu percebo essa preocupação em minha prática como professora”, finalizou.

A ideia de cidades mais sustentáveis vai ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente os objetivos três (boa saúde e bem estar) e 11 (cidades e comunidades sustentáveis). A explicação a respeito dos objetivos e a lista com as 17 metas estão disponíveis no site da ONU no Brasil.

*Texto Renan Espíndola, 2ª fase Jornalismo UniSatc. Produção na disciplina de Texto Jornalístico Lab.