A pessoa que está passando por uma situação delicada de sofrimento emocional, pode demonstrar por meio de comportamentos que está precisando de ajuda. Psicóloga e voluntária da Rede de Proteção à Vida (RPV), Márcia Fedalto, explica quais são os principais sinais e como agir da melhor forma para tentar tirar a pessoa desse quadro.

Segundo Márcia, pequenas mudanças nas atitudes normais do dia a dia, podem ser indícios da pessoa que tende ao suicídio. “Comportamentos como não gostar mais de fazer o que sentia prazer pouco tempo atrás, deixar de lado atividades sociais, tentar se isolar ao máximo, não querer mais o convívio nem com a família e alterações no sono. Podem ser classificados como sinais de alerta”, ressalta.

É possível perceber algumas frases comuns ditas por pessoas que passam por esta situação. “ Proferir falas como: ‘Preferia estar morto’, ‘acho que os outros ficarão melhor sem mim’, ‘eu quero desaparecer’, ‘eu sou um entrave para minha família’. São exemplos de expressões de um possível quadro depressivo”, destaca Márcia.

Alguns comportamentos compulsivos também podem servir como alerta. O abuso de drogas ou bebidas alcoólicas; os dois extremos no consumo de alimentos, ou a falta repentina de apetite ou o aumento exagerado da quantidade consumida e compras excessivas. São algumas das tentativas para o alívio momentâneo do sofrimento emocional.

Outro ponto importante a se destacar, é a falta de cuidado com a aparência. Ou seja, não se importar mais com a sua vestimenta, deixar de lado cuidados com a pele ou cabelo e não se importar mais com hábitos higiênicos de rotina.

“Em geral é assim, aquela pessoa que perdeu o brilho nos olhos, não tem a doçura de contemplar uma flor, o pôr do sol. Quando ela já não tem uma perspectiva nem um planejamento para o futuro, pensa que ninguém terá a capacidade de ajuda-la e acha que está sozinha no mundo” frisa a psicóloga.

Como ajudar nesses casos

A melhor forma para agir nessas situações, é se compadecer a pessoa e se abrir a uma conversa para que ela possa falar o que está sentindo. “Se você apresenta uma postura acolhedora, a pessoa consegue se abrir. Diga, ‘eu não sei o que fazer, mas eu estou com você, deixa eu te ouvir, deixa eu te abraçar’. Essa cultura, a quebra desse tabu de poder falar e prestar apoio, é a principal saída que a gente encontra hoje”, explica Márcia.

Então segundo Márcia, não tente justificar ou medir o sofrimento que o outro está sentindo. Não use frases de efeito como: “Sua vida é melhor que a de muita gente”, “se você confiar em Deus, você vai cair na real”, “mas porque você está pensando em se matar”. Em vez disso busque deixar a pessoa se sentir confortável para compartilhar seus sentimentos.

Se precisar, peça ajuda!

Além de que, se estiver passando por um momento delicado, não tenha medo, nem vergonha, e peça ajuda!

CVV: 188

CAPS II: (48) 3445-8736

CAPS III: (48) 3403-3450

CAPS AD: (48) 3445-8488

CAPS ij: (48) 3403-7350

Outras formas de ajuda são:

Serviços de saúde: Unidade Básica de Saúde (UBS), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Hospitais;

Serviços de emergência: SAMU (192), Corpo de Bombeiros (193) e Polícia Militar (190).