Compreender a importância da palmeira Juçara para o ecossistema da Mata Atlântica e também como fonte de renda para moradores é uma das ações que o projeto palmito leva. Foi isso que aprendeu a adolescente Raissa Cândido, 15 anos, moradora da cidade de Morro Grande.

Raissa é aluna da Escola de Educação Básica Ana Machado Dal Toé, em Morro Grande, e conheceu um pouco mais do projeto Palmito com colegas do ensino fundamental, anos finais, e do ensino médio. Eles aprenderam sobre a importância da palmeira Juçara, planta fundamental para a fauna regional, mas que corre o risco de desaparecer na Mata Atlântica.

O “projeto Palmito: conservando e recuperando a biodiversidade da espécie na Mata Atlântica” é realizado por uma equipe de pesquisadores do Centro Tecnológico Satc (CTSatc). Ele está sendo financiado com recursos da CGT Eletrosul, por meio do Edital de Projetos Socioambientais das Empresas Eletrobras 2021, que fomenta iniciativas voltadas à geração de valor socioeconômico em comunidades e à recuperação da biodiversidade.

“Nosso objetivo é mostrar para os estudantes o quanto a espécie é importante, para que eles também contribuam para a preservação. O contato nas escolas é fundamental para isso. Aqui em Morro Grande a recepção dos alunos, as dúvidas e a interação foi muito boa”, ressaltou o pesquisador Mauro Zavarize, coordenador do projeto.

Visitas às escolas garante continuidade do palmito

A equipe do projeto esteve visitando as escolas Ana Machado Dal Toé e Dario Crepaldi, ambas em Morro Grande. E também já passou pela Escola Líbero Ugioni, em Nova Veneza, e a Escola Aurora Peterle, em Siderópolis.

Nas visitas, além de apresentar o projeto e falar sobre a importância da Palmeira Juçara para o ecossistema ambiental regional, os pesquisadores apresentam os materiais didáticos. A cartilha traz “Tutuco”, um tucano esperto que conta um pouco da história da espécie, além de jogos e conteúdo explicativo.

Escola trabalha a preservação do palmito

O tema Palmeira Juçara já é algo comum na Escola Ana Machado Dal Toé. Desde 2014, por meio do projeto Escola Sustentável, professores e alunos passaram a estudar mais o assunto e entender a importância da planta para o meio ambiente.

“O uso da palmeira, especialmente dos frutos, é algo que os povos indígenas já faziam na nossa região”, comentou a professora Edineia Martins Olivo.

O projeto “Palmeira Juçara” avançou nos últimos anos e levou a equipe da escola a descobrir novas utilidades com a polpa da fruta. Já fizeram vinagre, geleia, suco, sorvete e até bala. “Na época das festas juninas fazemos o quentão, substituindo o vinho por suco”, revelou Edineia.

A bióloga e professora Dolores Martins coordena o projeto na escola de Morro Grande. Para ela, um dos principais objetivos é ampliar a conscientização em torno do tema. “Percebemos mudanças na comunidade. Os alunos aprendem, levam informação para casa e o círculo vai ampliando. Em áreas nativas, estão deixando de cortar a palmeira. Aos poucos, as pessoas percebem que é possível preservar e preparar a polpa para obter retorno financeiro”, afirmou Dolores.