Os pequenos comércios, com poucos funcionários ou os que contam apenas com o proprietário, sentiram o peso da pandemia, do isolamento e das medidas restritivas. Mas, aprenderam a se reinventar. Na região do bairro Universitário, os lojistas tinham no fluxo estudantil o principal movimento e viram, de uma hora para outra, isso praticamente zerar.
“Como outros comerciantes, nós também tivemos que nos reinventar por conta da pandemia, mudar algumas coisas. Eu já trabalhava sozinha, mas agora estou me atualizando para buscar mais clientes”, contou a comerciante Rita de Cassia Pizzolo, da loja Diva Feminina.
As redes sociais foram e ainda são uma ferramenta de divulgação das marcas. É na internet que Ana Paula Serafim, da papelaria João e Maria, tem um canal de comunicação com seus clientes. “Divulgamos as promoções e sempre procuramos trazer algum conteúdo com os produtos”, disse a comerciante.
Instalada dentro do terminal do Pinheirinho, a papelaria recebia diariamente os estudantes que circulavam pelo local. E, de repente, tudo mudou. A queda abrupta nas vendas trouxe prejuízos financeiros. “Tivemos que demitir uma funcionária. Felizmente, depois de um tempo, conseguimos contratar novamente. Também foi necessário pegar um empréstimo para manter tudo em dia e já quitamos ele”, informou Ana Paula.
Recorrer a empréstimos, organizar as finanças e fazer ajustes também foram situações vivenciadas por Altair Brandão. À frente da lanchonete Doce Sabor, que funciona no terminal de ônibus, o comerciante viu a clientela sumir. Mesmo agora, no retorno parcial de algumas atividades, as vendas são inferiores.
“A margem de lucro que tiramos hoje é 15% menos do que antes da pandemia. Como as aulas estavam exclusivamente online nosso número de clientes caiu muito. Não tenho condições de tirar salário para mim hoje, não temos prejuízo, mas também não temos lucro”, contou Brandão.
O comerciante também recorreu à empréstimos e já conseguiu quitar. A aposta é fazer promoções de lanches para atrair o público. Uma das que mais faz sucesso, é o pão de queijo. “Vale tudo, como wi-fi para nosso cliente e até fazer pipoca para atrair o cliente pelo cheiro”, brincou.
Reportagem: Gabriel Mendes.
