Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010 eram mais de 41,1 mil pessoas que viviam em áreas de risco em Criciúma. Os números representavam mais de 21% da população. Esses dados posicionavam a cidade em 2° lugar no ranking do estado, apenas atrás de Blumenau, e em 31° no país.

“Tinha uma época que alagava tudo, ninguém conseguia sair de casa, a Defesa Civil chegava a vir de bote pra cá. A água entrava dentro das indústrias, como a cerâmica Elizabeth. Era bem tenso”, relatou a estudante Renata Dagostim, moradora do Bairro Quarta Linha. Ela e sua família vivenciaram de perto o problema.

Criciúma tem 17 áreas de risco, conforme levantamento feito pela Defesa Civil municipal. De acordo com o diretor de Proteção e Defesa Civil Fred Gomes, algumas estão nos bairros Vera Cruz, Quarta Linha, Paraíso, Imperatriz e Sangão. “Todas as áreas estão mapeadas com classificação de risco maior e menor”, informou Gomes.

Desde 2010, o IBGE não publicou mais nenhum dado sobre a quantidade de pessoas que vivem nesses locais.  “Como a população de Criciúma cresce todo ano, com certeza o número de pessoas aumentou nessas áreas. Mas, muita coisa foi feita pelo município, para que as áreas de risco não se tornem um problema tão grande para a população”, afirmou o diretor.

Na primeira quinzena do mês de maio o sul do país foi afetado pelas fortes chuvas. No entanto, o município de Criciúma havia tomado medidas para o estrago não ser tão intenso. “Naquela semana de chuvas intensas a Defesa Civil já se prontificou dias antes a limpar os córregos que escoam a água que gera parte da enchente. Com a limpeza o nível da água ficou estável e não teve enchente”, contou Renata.

Áreas de risco recebem monitoramento constante

O Governo Municipal de Criciúma junto com a Defesa Civil realizam operações e vistorias para que as chuvas fiquem menos intensas nessas regiões. “Construímos então o Canal Auxiliar, o piscinão na Colonial, desassoreamos rios, córregos e, realizamos obras de drenagem e macrodrenagem em vários bairros”, comunicou o prefeito Clésio Salvaro.

O próximo senso comum ocorre a partir do dia 1° de agosto deste ano. Assim, com a nova pesquisa, feita pelo IBGE, os dados de pessoas que vivem em áreas de risco podem ser atualizados.

Texto do acadêmico de Jornalismo Luis Miguel.

Fotos: Patrícia Zanette.