O mercado de e-Sports e streaming de jogos irá crescer em 70% nos próximos anos. Campeonatos de League of Legends, Counter-Strike, Valorant, Free-fire, entre outros jogos são os chamados “e-Sports” e, estão ganhando cada vez mais fama no Brasil e no mundo.

 Uma pesquisa no site Olhar Digital mostra que a audiência do e-Sports em 2025 deve chegar a mais de 1 bilhão de espectadores, com a marca de 800 milhões sendo batida até o final de 2021. Para o jogador de League of Legends Adriano “Shun” todo esse crescimento já era previsto.

“Eu sempre soube que iria ser algo muito grande com todo contato que eu estava tendo. Porém, meu começo foi tardio, apenas no final do ano de 2016. Como eu já tinha uma certa visão sabia as proporções do cenário e quanto o pessoal estava ganhando, pensando se conseguiria viver disso ou não”, argumenta.

No momento atual, muitas oportunidades se abrem para os jogadores profissionais nesse ramo de esporte. Para Vitor “Hasse”, jogador profissional também de League of Legends, a amplitude dos jogos eletrônicos é algo benéfico e que abrem diversas portas para um futuro melhor.

“Tenho amigos que não tinham o que comer em casa e hoje sustentam a família apenas sendo atleta profissional de uma grande organização, até faculdades nacionais/internacionais pagam bolsas 100% para estudar enquanto representa eles em campeonatos universitários”, ressalta.

Saindo do hobby para jogar profissional

 Sendo um ambiente novo que ainda está em desenvolvimento, a conscientização de que um “joguinho” pode virar um trabalho e uma futura fonte de renda é difícil, principalmente, aos pais ou responsáveis. “Meu padrasto nunca me deixava em paz para me focar e dizia que a vida não é um jogo. Ele nem imaginava que alguns anos depois estaria ganhando mais que ele com o jogo que o mesmo tanto criticava”, afirma Hasse.

Na vida do jogador Shun a dificuldade estava bem presente. “No início da minha carreira foi bem difícil e não tive uma caminhada muito fácil. Sem o apoio dos meus pais no começo e só fui começar a receber apoio apenas no final de 2019 quando passei na peneira da Red Canids, uma organização para jogos eletrônicos de São Paulo. Assim, com todas as minhas vitórias nos campeonatos aqui de Santa Catarina e, quando comecei a dar entrevistas eles conseguiram ver o caminho que minha vida estava indo e perceberam que eu era bom no que fazia”, explica.

Foto: Bruno Alvares/Arquivo

Preconceito com jogadores

 O preconceito na vida de quem joga e ganha a vida com isso é tão presente quanto a falta de apoio. “Muitas pessoas não conseguem aceitar que um jovem de 20 ou 30 anos ganha muito mais que pessoas formadas em seus 40 e 50 aos. Atualmente, a pergunta que eu mais escuto após dizer que eu ganho dinheiro jogando é: Mas, você só faz isso da vida? ”, comenta o jogador Vitor Hasse.

 É um tipo de trabalho considerado privilégio e que não abrange todos. De acordo com Shun seu salário atual nem se compara ao de um emprego considerado “normal”. Sendo muito mais feliz jogando, do que em um emprego tradicional.

O que fazer para viver disso?

Virar um jogador e competir é muitas vezes o sonho das pessoas que amam jogos eletrônicos e querem seguir nesse caminho para trabalhar com isso. Entretanto, por onde começar?

“Independentemente do que você queira fazer tem que dar a cara tapa 100% e, não tem como ter um bom resultado se você não dar todo o seu esforço no que faz. Ajuda muito trabalhar com pequenas metas, confiar e aprimorar seu conteúdo todos os dias. É um negócio que é para poucos, mas quem garante que esses poucos não pode ser você?”, indica Adriano Shun.

 Todos os que jogam no maior patamar do cenário começaram do nada e sem serem reconhecidos. “O sucesso é apenas consequência do caminho trilhado. Não desista. Todo mundo que conseguiu atingir seus objetivos de vida teve altos e baixos, você tem que se preparar para isso principalmente se quiser ter sucesso nessa aérea de internet”, finaliza Vitor.