Metade de todas as calorias consumidas no Planeta vem de apenas três alimentos: arroz, milho e trigo. Segundo o Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento (IDRC), o trigo está entre as comidas mais comuns, como pão, cereais, pizza, massa e cerveja. Além destes alimentos, o trigo pode estar presente em outros alimentos discretamente, como exemplo, na massa de tomate e na batata frita congelada. Também, deve-se tomar cuidado nos restaurantes, pois podem estar no feijão e em molhos.  

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1% da população no mundo possui intolerância ao glúten. E, segundo a especialista Denise Tournier, nunca se consumiu tanto um produto alimentício quanto o trigo. “Nossa comida não é mais a mesma, desde que a planta foi modificada”, frisa Denise. 

A intolerância ao glúten é a incapacidade ou dificuldade digestão do glúten, que é uma proteína no trigo. A proteína, glúten, está na cevada e no centeio. Porém, o trigo continua sendo o vilão da história. “Para aumentar a produção e diminuir custos, os agricultores passaram a cruzar vários tipos de trigo, ou seja, qualquer ser humano se tornou intolerante a este alimento”, explica a nutricionista. 

Em relação a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), as estimativas apontam que até dois milhões de brasileiros são celíacos. Para Ana Júlia Bitencourt Bortoluzzi, a doença celíaca é hereditária. Ela só ficou melhor quando cortou o glúten de sua alimentação “No começo era só uma intolerância à lactose. Porém, começou a ter muitos episódios de náuseas e dor de barriga. Foi bem complicado, até ter uma boa alimentação, mas fiz isso e melhorei”, relata. 

Para os celíacos, não é em todos os restaurantes que possuem um espaço reservado para se alimentarem. Uma ida ao shopping, Ana infelizmente passou mal. “Não é em todos os lugares que consigo comer, não tem opção de sem glúten, é bem complicado”, ressalta Ana Júlia.  

Além de evitar o trigo em restaurantes, evitar a contaminação cruzada é o essencial. “Se eu vou no restaurante e alguém pede uma tábua de camarão, não posso comer as coisas que ficam encostadas no camarão, a única coisa que posso comer é arroz e feijão”, complementa.  

Hoje, há 25 mil variedades de trigo. Nele, encontra-se uma quantidade aproximadamente de 400 vezes mais glúten e uma proteína chamada gliadina (proteína que forma o glúten), causando mais sintomas, como ansiedade e agitação para consumir o produto.  

“A gliadina cai na corrente sanguínea e vai até o cérebro, onde se encaixa nos receptores opioides – que produz imediatamente a sensação de prazer, causando o mesmo efeito de uma droga. E o trigo, também, gera a vontade de comer cada vez mais”, complementa Denise Tournier. 

Sintomas de possível intolerância ao glúten 

  •  Excesso de gases; 
  •  Barriga inchada; 
  •  Estomago alto;
  • Dor de cabeça; 
  • Tonturas; 
  • Tonturas; 
  • Falta de memória e concentração 

Como ter uma boa alimentação? 

Segundo a especialista, para ter uma boa saúde basta descascar mais e abrir menos produtos enlatados. Conta, também, que utilizando estas técnicas não há problema de criar vícios. “Precisamos voltar a preparar nossos próprios alimentos, cozinhar e levar nossa própria refeição em qualquer lugar”, ressalta Denise.  

Para os celíacos, como a Ana, há muito cuidado com a preparação com as comidas. “Tem marcas específicas de pão compro, em mercados em específico e outros, eu faço em casa”, frisa a estudante. 

Caso os sintomas persistirem, consulte um especialista para lhe auxiliar para eventuais dúvidas e para prescrever o melhor tratamento.