Estamos vivendo uma situação emergencial e necessária para conter a COVID-19 (coronavírus). Isso altera a rotina de milhares de pessoas e negócios. Os profissionais estão migrando para homeoffice em diversas áreas e não é diferente na educação presencial, que nesse período também está se adaptando para aulas totalmente digitais.

Como professor universitário, estou transformando minhas aulas presenciais em aulas online. Pertenço a área da Comunicação e Design e por isso, essa transição não está sendo complexa, mas sim, desafiadora, por já trabalhar com alguns desses programas dentro das minhas próprias aulas de forma híbrida.

Considero relevante compartilhar com todos os professores, universitários ou não, plataformas de trabalho remoto que possibilitem uma maior eficiência na passagem do conteúdo para seus alunos. Vejo que o mais importante nesse momento é manter o vínculo com o aluno e essas ferramentas lhe auxiliarão nisso. Mas quem vai definir a melhor alternativa, será você professor e seus alunos, pois estamos todos aprendendo com esse momento, não é mesmo?!?!

Possivelmente sua instituição de ensino tenha diretrizes e plataformas, como a minha também possui, mas indico uma lista que pode agregar ao seu repertório de ferramentas para que seu conteúdo se torne mais atrativo a sua disciplina específica.

Para encontros online ao vivo:

Venho realizando nessa primeira semana de quarentena, aulas online ao vivo com meus alunos nas disciplinas que leciono na Faculdade. Estou utilizando o mesmo horário da aula presencial dividindo o momento em dois. Geralmente a parte expositiva dura em torno de 1h30 de transmissão com interações no chat. Em seguida, repasso uma atividade colaborativa, na qual tratarei das ferramentas no outro tópico.

Todo conteúdo é gravado e depois faço o upload para o YouTube e compartilho o link da aula com os acadêmicos da disciplina. Assim, quem perdeu o conteúdo poderá assistir depois.

Existem várias ferramentas já utilizadas para reuniões de forma remota que podem auxiliar muito o professor, pois criam salas privadas online:

Gosto e tenho usado o Zoom pela possibilidade de ter até 100 pessoas ao mesmo tempo na sala e poder gravar as aulas. Possui funcionalidades importantes no processo como o compartilhar de telas, que possibilita uma apresentação de slides ou de trabalho pelos próprios alunos. Tive uma apresentação de seminário onde cada grupo ia apresentando e compartilhando suas pesquisas. Deu muito certo e todos adoraram!

O Zoom possui a modalidade gratuita com algumas limitações de tempo e pessoas e a versão paga com recursos mais avançados.

O Google Meet integra o pacote de ferramentas do G Suit da Google e possui funcionalidades muito
próximas ao Zoom. A plataforma permite uma degustação de 14 dias, que pode lhe auxiliar na decisão de assinar ou não.

Ambas ferramentas permitem o compartilhar de tela, que auxilia muito professores que querem dar uma aula expositiva, ou explicar programas e outras ferramentas em disciplinas mais práticas. Além de possibilitar uma maior interação de alunos, já que todos possuem a possibilidade som e vídeo junto com você professor.

Outras duas ferramentas conhecidas para reuniões remotas são o Skype e o Microsoft Teams. Estes possuem recursos próximos ao do Zoom e Google Meet e podem ser ferramentas bem acessível para pequenos grupos de discussão.

Outros dois recursos que possibilitam o professor a gerar vídeos online são as ferramentas de Streaming (transmissão ao vivo). O professor pode fazer uma gravação ao vivo pelo Youtube, Twitch ou pelo próprio Facebook e Instagram, repassando seu @ ou link para seus alunos. Todas essas, muito conhecidaspelos nossos alunos e que podem ser facilmente acessadas na palma da mão.

Nessas modalidades, existe menos interação direta do aluno e não é possível compartilhar a tela, mas nada que o cenário onde o professor está não possa ser organizado para tal.

Não descarto aqui o Whatsapp ou o Telegram. Para professores com pouca familiaridade no digital, essa pode ser uma alternativa de entrada. Nesses modelos, a interação pode vir com a criação de grupos da disciplina, onde o professor pode repassar links, arquivos e até mesmo vídeos e áudios sobre seu conteúdo, mantendo o aluno sempre ativo no processo de aprendizagem.

Caso você não se sinta confortável com múltiplas interações digitais, uma gravação pelo celular ou com equipamentos mais sofisticados de vídeo podem lhe auxiliar em montar videoaulas para serem depositadas em ambientes virtuais ou plataformas como YouTube.

Outra possibilidade caso você trave na frente das câmeras é criar podcasts sobre seu conteúdo. Você pode publicá-los no SoundCloud e compartilhá-los com seus alunos.
Nessas possibilidades, o aluno poderá assistir/ouvir dentro do seu tempo e rotina, quantas vezes achar necessário.

Mas nem só de vídeos sobrevive uma aula. As interações entre professor e aluno são necessárias, por isso o próximo tópico apresentará algumas ferramentas que complementarão essa relação.

Para trabalhos colaborativos:

Cada uma dessas ferramentas irá lhe auxiliar na aplicação de atividades distintas. Recursos como o Google Drive ou o Microsoft Office já possuem ferramentas de compartilhamento de texto, arquivo, pasta, apresentações que o professor pode ter como recurso. Acredito que você já utilize uma dessas plataformas.

Eu, por exemplo, faço todas as minhas orientações de TCC, quando no modo online, pelo Google Drive, me possibilitando ver as interações do acadêmico no documento e podendo interagir com muito mais proximidade no texto.

A plataforma Miro é incrível na construção de painéis, canvas e geração de ideias e layout em conjunto. Indiferente da área que você lecione, vários projetos de seus alunos, que antes eram feitos em sala, como o preenchimento de um framework, uma rodada criativa, podem ser executados no Miro.

Assim como pelo Figma, uma ferramenta gráfica muito utilizada por designers atualmente, possibilitando interações e prototipagens de projeto. O Figma apresenta mais recursos de layout que o Miro e pode ser muito útil para professores de Design, Publicidade e áreas relacionadas a comunicação.

Agora se sua necessidade seja uma síntese ou brainstorm, o Mindmeister é um excelente recurso para geração de mapas mentais. Existem vários nesse mesmo modelo, inclusive o Google Drive disponibiliza um em seu grupo de aplicativos.

Gosto de utilizar o Mindmeister pois ele gera relatórios e apresentações com os mapas construídos, dando mais possibilidades ao professor. Um ponto negativo é que sua versão gratuita possibilita até três mapas mentais. Mas ele possui pacotes anuais para professores.

Uma outra ferramenta do mundo corporativo que pode auxiliar o professor em suas organizações é o Trello. Sua funcionalidade em cards pode auxiliar o professor na formação de grupos de trabalho e simulação de pequenas empresas dentro dele, com metas e objetivos. Se integra ao calendário e pode ser muito útil na organização de aulas e tarefas.

Para grupos de discussão:

Finalizando as indicações de ferramentas digitais, entramos nos grupos de discussão. Esses que podem ser os tradicionais como Whatsapp, Telegram ou grupos no Facebook (caso seus alunos estejam nele), ou com mais funcionalidades para desktop como o Slack ou o Discord.

Pelo Discord, por exemplo. O professor pode criar grandes salas de discussão e microgrupos de trabalho, podendo enviar áudio, vídeo, imagens e outros recursos específicos.
Como já comentei, não existe uma plataforma ou uma forma melhor de aplicar sua aula online, mas sim, a mais adequada para você e para seus alunos em alinhamento com sua disciplina.

Esse momento de mudança e adaptação é para todos e estamos aprendendo juntos. Tenho certeza de que sairemos melhores e mais preparados para nossas aulas presenciais.

Diego Piovesan Medeiros
Doutor em Design | Consultor Estratégico e Criativo na Metoludi | Professor e Pesquisador em Design e Comunicação na Unisatc.