No Brasil, cerca de 19 milhões de pessoas sofrem com ansiedade e depressão. É o país com mais pessoas ansiosas na América Latina, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).  “A depressão não é frescura, não é fraqueza espiritual e não deve ser demonizada. É uma doença da mente, um transtorno psiquiátrico”, afirma psicólogo clínico e pastor Silas Rocha. Ele fala com a experiência de quem sabe como muitas vezes a depressão é vista no meio religioso.

Para ele a Igreja não é apenas um lugar de culto e orações, ela é a representação de Cristo na terra. “Então, assim como Ele viveu, amando, cuidando do próximo, levando cura aos doentes, alimentando os famintos, atendendo os necessitados, cabe ao corpo da Igreja, que são os membros, amar como Jesus amou”, pondera.

Em conjunto com a instituição social Amor e Ação, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus, de Içara (IEADICARA) realiza um projeto que tem como objetivo auxiliar crianças, adolescentes, jovens e adultos nas questões emocionais. Além do tratamento disponibilizado pela Igreja o projeto também promove palestras informativas sobre o que é depressão e ansiedade, como identificar os sintomas e dicas de prevenção. Também orienta sobre como agir ao identificar entre amigos e familiares os que estão com algum sintoma depressivo. E explica onde buscar ajuda.

Para especialistas e religiosos, a fé trabalha como um agente motivador para a alma, trazendo uma direção a seguir, um propósito ou sentido a vida de quem sofre com a doença. “É muito mais fácil tratar um paciente deprimido com fé e avançar com ele no processo de cura”, diz Rocha.

Quem comete suicídio não tem a intenção de acabar com a vida, mas sim acabar com a dor,  com o sentimento de culpa. Também há o desejo de diminuir a pressão muitas vezes gerada pelos familiares, amigos ou até pelos padrões da sociedade.

“Podemos perceber que quando uma pessoa encontra uma direção ou um motivo para viver, toda a tristeza e angústia não significam mais nada. Percebi que ganharia muito mais vivo com Jesus do que se continuasse tentando o suicídio”, afirma o jovem Gabriel Rodrigues Silva.

*Texto da acadêmica Laura Silva, produzido na disciplina de Texto Jornalístico +. Essa reportagem faz parte do projeto de prevenção e apoio à Rede de Proteção à Vida de Criciúma.