Nesta terça-feira, 8 de março, é celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data é comemorada desde 1975. De lá até os tempos atuais, mulheres continuam tendo que ser fortes, batalhando diariamente pela igualdade, para ter seu espaço reconhecido e respeitado.

Entre as milhares de mulheres brasileiras que estão na luta pelo seu lugar no mundo, está a Sueli Querino de Souza, de 52 anos, que vende pipoca gourmet em praças e eventos. “Apesar de eu já ter uma bagagem extensa, porque meu pai era pipoqueiro, foi difícil trabalhar com isso no começo. Precisava vender pipoca do lado de fora dos parques e, quando tinha evento, eu praticamente pagava para poder trabalhar. Hoje os carrinhos de pipoca são disputados, tenho que deixar de vender em um evento ou outro para dar conta”, relatou a vendedora.

Segundo a empreendedora, poucas pessoas ofereceram ajuda no começo do negócio. Tudo ela fez sozinha. Ela trabalhava de carteira assinada em uma empresa privada quando o Pipoca Show começou a tomar forma. Quando as pipocas começaram a fazer sucesso, a vendedora precisou pedir demissão para focar apenas no próprio negócio.

O primeiro carrinho de pipoca que usou para começar as vendas foi dado por seu pai, que também era pipoqueiro, mas Sueli queria deixar o negócio “com a cara dela”, então ajustou alguns detalhes e passou a criar novas receitas de pipoca, todas do zero.

“Busquei me especializar em cursos de culinária, porque são bastante necessários para aprender a fazer pipocas gourmet, por exemplo. Foi bom porque me ajudou a ter uma base para criar e aperfeiçoar minhas próprias receitas, que fazem tanto sucesso por aí”, contou.

“Conquistei muitas coisas depois que me tornei empreendedora. Comprei meu próprio apartamento e um carro. Também pude investir em mais carrinhos de pipoca, que foram trazidos de São Paulo, e adquiri outras máquinas para trabalhar, como a de algodão doce. Não me arrependo de ter me dedicado ao meu negócio”, finalizou a empreendedora.

Pioneira na profissão

Também é preciso lembrar de mulheres que foram corajosas para serem as primeiras a trabalharem em postos que eram majoritariamente ocupados por homens. É preciso ter força para encarar o preconceito.

Patrícia Nunes da Silva Tendeiro, de 42 anos, foi uma das primeiras mulheres guarda-vidas no sul de Santa Catarina. “Fui morar em Balneário Gaivota com 15 anos. Sempre fui apaixonada pelo corpo de bombeiros e pela função de guarda-vidas. Gostava da possibilidade de poder ajudar alguém. Na época ainda não haviam mulheres atuando como guarda-vidas, então liguei para o comandante responsável para questionar se eu poderia me candidatar. Passei no teste, que era feito na praia mesmo, e passei a ser a primeira mulher guarda-vidas da região. A notícia chegou a sair em alguns jornais”, contou Patrícia.

Segundo Patrícia, foi necessário enfrentar diversas barreiras, entre elas o preconceito, afinal, era a única mulher no meio de 39 homens. “Duvidavam da minha capacidade, diziam que eu era a protegida do cabo responsável pela seleção, e que me deixaram participar só porque era mulher”, lembra ela.

“O cabo do corpo de bombeiros batalhou para me colocar como guarda-vidas, porque na época o estado só aceitava homens. Hoje ele diz que existem mulheres bombeiras porque ele acreditou em mim, na minha força de vontade, e nós subimos juntos um degrau na igualdade entre homens e mulheres”.

Hoje, Patrícia atua como professora em uma escola infantil de Criciúma, cultiva e comercializa plantas e cuida de gatos que foram retirados das ruas.