Ansiedade, depressão, estresse e entre outros fatores sempre estiveram presentes na sociedade. Mas, durante a pandemia a situação piorou, agravando a saúde mental. De acordo com estudo realizado pela (UEFJ) Universidade do Estado do Rio de Janeiro houve um aumento de 90% nos casos de depressão. E através de uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre maio, junho e julho do ano passado, 80% da população brasileira tornou-se mais ansiosa.

Segundo a psicóloga Tássia Mendes Alexandre até a quantidade de atendimentos de forma remota aumentou com a pandemia. “Isso aconteceu justamente porque muitos sentiram a necessidade de procurar ajuda quando ainda estávamos em isolamento e os consultórios fechados”, declara. 

O ocorrido foi um fator que ninguém esperava e tudo isso prejudicou de certa forma a vida pessoal. “A mudança da rotina muitas vezes é difícil de lidar, gera desconforto, angústia e isso vai fazendo com que não tenha um sono de qualidade e nem alimentação. A produtividade vai caindo por conta de todos esses fatores que são afetados pela mudança que a pandemia traz em nossas vidas”, afirma a especialista. 

Rede Social vs Saúde Mental  

Redes sociais são e sempre foram um fator de risco psicológico. Os dados da Kantar, marca especializada em pesquisas de mercado em redes sociais, como o Facebook, WhatsApp e Instagram, demonstram que houve um crescimento de 40% no uso delas na pandemia. 

Problemas de interação social são a maior desvantagem que a rede social traz ainda mais no período atual. “Pessoas que já apresentavam algum tipo de dificuldade em interação social. E a outra questão é que muitas pessoas utilizam da tecnologia como meio escape da vida real, mas elas acabam se aprofundando tanto nisso que passam a “ignorar” a vida real. Porque é muito mais fácil viver a vida online, já que a real tem muitos problemas”, ressalta Tássia. 

Comparação social, aumento e queda da autoestima e a procrastinação são outras das desvantagens que elas trazem. “Comparar nossas vidas com as famosas vidas “perfeitas” causam uma grande queda de autoestima e problemas psicológicos. Porque parece que só você está passando por problemas. Tirando o fator de tempo que perdemos quando passamos em frete as telas de celular, o que traz um certo sentimento de improdutividade”, afirma a psicóloga Josi Jarvorski.

Em geral cada ser humano é único e reage de forma diferente, aceitar e escolher fazer coisas que são boas para sua vida é um bom início para tudo. “E é bom sempre se colocar de forma real. Ou seja, não viver de ilusão e achar que sua vida é ruim e a de outra pessoa e 100% boa, a gente não conhece os sentimentos da pessoa e nem convive com ela 24 horas por dia. Então existem muitas coisas que são criadas na mente do sujeito fazendo com que ele não se coloque em modo real”, descreve Tássia.

Amenização no dia a dia 

Existe uma certa tendência em não saber como melhorar o ânimo, diminuir o estresse e, aguentar todas essas mudanças. A aceitação vem em primeiro lugar. “Devemos considerar e aceitar que estamos mais tristes, estressados e mais ansiosos. Não tem como passar pelo o que estamos passando sem sentir nada. E sim, quem não chegou a sentir nada nesse período de isolamento social é que traz uma certa preocupação. É sinal de que essas pessoas não estão atentas e nem conectadas com o mundo”, explica Josiane. 

A realização de alguma atividade que traz um sentimento de conforto também é de extrema ajuda e mantém um bom equilíbrio e contribui para a saúde mental. Conforme Tássia, é importante tirar um tempo para fazer aquilo que se gosta. Ler um livre, ver um filme ou algo semelhante.  

E aos Idosos e crianças, quais medidas tomar? 

Com relação ao idoso já é um fator de rico de desenvolver um problema psicológico. Eles acabam em muitas ocasiões se sentindo inútil, pois já não trabalham e já não exercem as atividades no mesmo ritmo.

“É importante perguntar ao idoso o que ele quer fazer porque idosos também tem suas próprias vontades e necessidades. Outra questão é fazer com que o idoso se sinta parte daquela família e util. Essa questão se ser útil não é somente em exercer algo fisicamente, mas também recorrer ao idoso quando tem alguma dúvida, porque não é que ele seja idoso que não é inteligente. E também deixar eles contarem as histórias dele do passado, ou escolher jogar um jogo ou apenas conversar”, destaca Tássia.

Já com as crianças a observação é uma grande aliada nisso tudo. O acompanhamento dos pais é que vai fazer toda a diferença no momento atual. “Assim que notar um comportamento diferente, então deve conversar e acolher o que ela trazer. Pois, a criança precisa se sentir segura e acolhida. Então, tentar reverter a situação conforme a demanda que a criança trazer”, reforça Tássia.

Saúde mental é tema do setembro amarelo