O Centro Tecnológico (CT) da Satc, por meio do Núcleo de Meio Ambiente e Mineração (NMAM) participou de uma pesquisa para avaliar a existência de vida de micro-organismos em águas de rios e lagoas formadas em antigas cavas da mineração na região carbonífera. O estudo, focado na Drenagem Ácida de Mina (DAM), constatou que existe uma variedade de seres, até então desconhecidos, nestes ambientes. Agora, as informações levantadas poderão servir como base para etapas subsequentes, visando auxiliar em processos de recuperação de áreas impactadas.

O estudo foi realizado utilizando técnicas avançadas de genética molecular que é capaz de avaliar os microbiomas destes locais, ou seja, de saber quais são os micro-organismos que habitam as águas ácidas e que não são perceptíveis aos olhos humanos. Conforme o analista de estudos e projetos do NMAM da Satc, William Sant Ana, os resultados alcançados podem auxiliar inúmeros processos ambientais, como a biorremediação.

“Essa informação impacta positivamente a execução de processos futuros de recuperação e monitoramento destas áreas pois conhecendo a composição das comunidades de micro-organismos, podemos entender o grau de impacto ambiental nestes locais e encontrar as melhores estratégias para a colocar em prática a revitalização desses ambientes”, explica.

A pesquisa serviu para mostrar que os organismos que habitam as águas poluídas pela drenagem ácida de mina não são todos iguais. Eles são distintos na sua constituição biológica. “Quando a gente pensa nisso, não adianta querer tratar tudo do mesmo ponto de vista, com soluções padronizadas. Então o estudo é um pontapé fundamental para que no futuro se consiga idealizar uma recuperação ambiental mais inteligente, considerando-se as particularidades de cada local, ganhando tempo e economia do dinheiro público”, completa.

Os detalhes destes estudos foram publicados em Tese de Doutorado e em uma revista internacional de renome na temática de biologia e ambientes extremos, chamada Extremophiles.

Fruto de uma parceria liderada pelo Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o grupo de pesquisa continua as investigações dos microbiomas destes ambientes, inclusive preparando uma segunda publicação.