As chuvas intensas que castigam a região Sul de Santa Catarina trouxeram sérios problemas para as famílias. Os casos mais graves estão em Criciúma e Forquilhinha. Mas há problemas registrados em outras cidades.

Em Criciúma, as equipes estão na rua desde a noite de terça-feira. Os casos mais graves são nos bairros Vila Francesa, Sangão, Imperatriz, Vila Macarini e Vila Isabel.

Situação preocupante na Vila Francesa. Foto: Kaelane Anjos.

“A situação em Criciúma é preocupante. Nós seguimos monitorando e atendendo as ocorrências que chegam na central 199 e também no WhatsApp. Foram mais de 50 atendimentos e também tivemos algumas famílias desalojadas. Continuamos atendendo as ocorrências e torcendo para que a chuva pare, conforme mostra a previsão do tempo”, informou o diretor da Defesa Civil de Criciúma, Fred Gomes.

A situação do bairro Sangão é crítica. Famílias estão desalojadas, buscando abrigo em casas vizinhas. A água já chegou na pracinha da cidade, invadindo igrejas e escolas. Conforme o líder da diretoria do desassoreamento da comissão do rio Sangão, Gustavo Duminelli, ninguém entra e sai do bairro. “A situação é trágica, das piores de todos os anos”, comentou.

Moradores do bairro Sangão estão monitorando o rio. Foto: Gustavo Duminelli

Famílias desalojadas na Cidade Alta

Em Forquilhinha, famílias foram retiradas do bairro Cidade Alta, devido a extravasamento do Rio Sangão. Elas foram para a casas de parentes. Também há o registro de ruas alagadas nos bairros Vila Franca e Ouro Negro e nas comunidades do interior como Santa Terezinha com pontos de alagamentos sobre a pista. Sanga do Café com alguns pontos isolados. Já as localidades de São Pedro e Taquara também ilhadas.

Na comunidade de Sanga do Engenho, interior de Forquilhinha, o agricultor Adão Mariana e a família passaram a noite monitorando o rio Cedro, que passa perto da propriedade. Ele deixou a calha por volta das 3h. “Nem em 1995, quando tivemos uma grande enchente na região, o rio subiu tanto e tão rápido. Estamos quase ilhados aqui”, afirmou.

O rio Cedro (fotos acima), no limite dos municípios de Forquilhinha e Meleiro, vem subindo ainda nesta manhã. Ele recebe as águas dos canais e rios menores que ficam acima. “Está chovendo bem na encosta e estamos com medo. Nunca vimos o rio desse jeito”, destacou.

Desde ontem a equipe de Defesa Civil de Forquilhinha e demais secretárias estão de plantão. Também contamos com o apoio do Corpo de Bombeiros e Jeep Clube de Criciúma. E agora pela manhã continuam o trabalho de monitoramento. Quem tiver problemas pode ligar para o número de emergência (48) 99108-3080.

Pontos de alagamento foram registrados nos bairros de Forquilhinha. Fotos: Defesa Civil

Içara faz o monitoramento constante das chuvas

Conforme a prefeita de Içara, Dalvania Cardoso, a chuva está atingindo várias comunidades na cidade. “As chuvas estão nos dando trabalho. A Defesa Civil está atenta, nas ruas, para trabalhar nessas enchentes”, informou a prefeita.

Ainda na noite desta terça-feira (9), alguns locais foram interditados. São eles: Rua Pedro Claudino, no Bairro Liri, por muro com risco de queda; Linha Frasson, entre Içara e Morro da Fumaça; Passarela provisória do bairro Ponta do Mato, além do acesso ao bairro; Entre os bairros Esperança e Santa Cruz, tudo está alagado; Queda de muro entre duas casas, no bairro Cristo Rei, onde as famílias já foram realocadas.

Ainda segundo a prefeita, as equipes seguem em alerta constante. Na manhã de hoje (10), há o risco de transbordamento no Rio Vila Nova 2, no bairro Vila Nova.

Texto: Luis Miguel, Monique Amboni e Marli Vitali.