Por conta da pandemia de Covid-19 alguns estabelecimentos comerciais se adaptaram ao uso da tecnologia para facilitar as vendas, já outros ainda optam pelo método clássico. Os brechós, assim como outras lojas, também estão se adaptando. Um exemplo foi Deneide Medeiros, dona do “Brechó da Quinha”, que antes só vendia presencialmente e agora se encontra nas redes sociais.

“Minha mãe faleceu faz oito anos e com isso herdei o brechó. Com a pandemia tivemos que nos adaptar, então criamos um Instagram para vender as roupas online. Confesso que não sou muito “expert” na área de vendas online, mas sempre que tenho um tempo eu posto as mercadorias e sempre acabo vendendo”, relatou a comerciante.  

Os processos de reparação das peças são feitos pela própria Deneide junto com sua irmã Denise, dentro do estabelecimento. “Se precisar fazer algum conserto a gente faz, sempre aproveitado e arrumado para colocarmos a peça a disposição em melhor estado possível. Comprar em brechó é uma compra inteligente, afinal além de economizar você também ajuda o planeta a ser mais sustentável”, contou Denise.

Já Isa Fontana, também dona de um brechó, optou por continuar com as vendas presencias. Com peças que variam entre R$ 2 e R$ 150, a loja “Estilo Retrô”, continua lucrando na pandemia. “Já pensei em vender online, mas para trabalhar com vendas virtuais a pessoa precisa se dedicar. Como sou sozinha, não conseguiria dar tanta atenção para isso, pois de qualquer modo, eu priorizaria as pessoas que compram aqui presencialmente. Eu limpo, costuro, arrumo. Um trabalho feito com muito amor. Eu diria que esse balcão é um balcão de confidências. Muitos segredos e histórias passaram pela minha loja”, afirmou Isa.    

Vendas virtuais incrementam renda nos brechós

Segundo um estudo realizado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o balanço das vendas online em 2020 registrou um crescimento de 58na modalidade. Novos negócios foram criados de forma 100% online. Um caso foi o da Claudia Trescher. A estudante abriu seu brechó virtual em outubro de 2020. O “Brechó da Craudia”, com mais de mil seguidores no Instagram, começou como uma busca de renda extra para a estudante, mas acabou tornando-se a principal.

“Sempre fui ligada em moda consciente, seguia muitos brechós, e como eu tinha vontade de mexer com Instagram e vontade de fazer uma renda extra juntei o útil ao agradável. Ter um brechó virtual é maravilhoso, é uma área que está crescendo muito atualmente. Mas claro que tem seus perrengues. A busca por uma boa identidade visual, criar um conteúdo criativo para postar, lidar com pessoas que desvalorizam o trabalho virtual. Mas tem suas vantagens como a reciprocidade das pessoas que estão “no mesmo barco” que você, e claro, fazer o que realmente gosta”, contou Claudia.  

Enquanto administra seu brechó sozinha, a estudante organiza as peças para venda dentro de um espaço separado em seu guarda-roupa. “Tenho metade do meu armário para as roupas do brechó, separo por parte de cima e parte de baixo, atualmente estou com uma média de 15 peças de roupas, pois fiz uma live de vendas e não “garimpei” mais, porém pretendo ir logo”, afirmou.

Além da organização, parte das entregas também é feita por ela dependendo da região. “Não cobro taxa de entrega na região do centro de Criciúma. Utilizo de serviços com o motoboy nos demais bairros e cidades vizinhas com taxas que variam de acordo com o local”, acrescentou Claudia.