O programa Baja SAE Brasil é um desafio lançado para estudantes de Engenharia terem a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. A 20ª edição da competição Regional Sul envolve universidades de Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, onde as acadêmicas das equipes tiveram destaque e puderam mostrar suas habilidades. O encontro de 2023 ocorreu no Centro Universitário UniSatc, em três dias de disputas acirradas e cheias de emoção, e nos boxes de cada grupo, a presença feminina foi decisiva.

Muito se fala da premissa que a área das engenharias tem sua maioria masculina, que por anos se concretiza. Mas quando se vê as mulheres fazendo parte de um projeto como o Baja, as expectativas ganham força para uma futura mudança. “Mesmo sendo maioria, os meninos são super inclusivos e ensinam muito, pois coisas que as meninas não são apresentadas durante a infância ou adolescência a gente está conhecendo agora e podendo contribuir pra nossa carreira profissional. Apesar de terem poucas, a gente vê que está crescendo, do ano passado pra cá o nosso número dobrou de dois para quatro meninas, então eu acho que a gente está no caminho pra ter mais mulheres na engenharia”, destaca a acadêmica de Engenharia Mecânica e integrante da equipe Sinuelo da Faculdade Horizontina, Diulia Barros.

Com um passo em direção ao avanço, a equipe Pato Baja da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, tem o maior número de mulheres nos boxes de toda a competição Baja Sul. “A nossa equipe é composta por nove meninas, ainda está entrando mais novas trainees e para nós é muito importante essa representatividade. Ainda mais no meio de off-road, de carros, que a gente vê nas equipes a maioria é composta por homens. Na nossa equipe já teve capitã mulher também e para nós é muito importante estar participando aqui da competição”, enfatiza a acadêmica, Isabela Casiraghi.

A liderança na equipe

O respeito e admiração da equipe Baja Guaicurus da Universidade Federal da Grande Dourados/ MS, fez com que Joelly Franco se destacasse no projeto. “Aqui na UniSatc é minha 2ª participação na competição e diria que o respeito dos meninos é bem grande. Eu como vice capitã, sinto que sou bem acolhida e eu nunca tive problemas com eles em relação a respeito e essas questões do machismo, que realmente é alta na nossa sociedade”, pontua a acadêmica.

Na equipe anfitriã do evento, Baja Satc, a presença feminina vem forte desde a formação no ensino Técnico.

“Esse foi meu primeiro ano aqui na competição Baja, mas já faço parte do Núcleo Inowattis da Satc que envolve carros elétricos. Percebo que o principal destaque ainda é masculino, só que os meninos foram bem receptivos comigo e compartilharam as tarefas que tem que ser algo em qualquer área. No Baja eu ajudei na produção de algumas peças, detalhes finais do carro e na apresentação dos projetos. E tudo isso, faz com que eu esteja cada vez mais inserida em assuntos da faculdade que eu escolhi estudar e seguir no futuro”, frisa a acadêmica da UniSatc, Letícia Mason.