De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, dos 212,6 milhões de habitantes, 10% é fumante e estima-se que 100 mil sejam adolescentes, entre 13 e 15 anos. Um dos casos, Davi Lopes Leal, hoje com 20 anos, começou a ser estimulado aos 15 anos, com os cigarros de sabor. “Comecei fumando de bobo, tipo aqueles Lucky Strike, principalmente quando sai para beber”, comenta. 

Segundo o médico pneumologista Renato Matos, as pessoas se apegam ao cigarro por alguma perda familiar ou estresse. “Surge desde a infância, com o convite do pai mostrando não causar problemas”, relata. 

Davi não acreditava que um dia o cigarro poderia ser um vício e, sim um prazer momentâneo. “No início, o efeito do cigarro era mais intenso e a pressão abaixava dando uma sensação de relaxamento. Depois de um tempo já fumava alguns dias da semana chegando a duas cartelas por dia”, relembra.  

O hábito de consumir o cigarro só aumentava o desejo de querer mais. “Depois de um bom tempo sem o cigarro, já me dava ansiedade e ficava com muita vontade de voltar a fumar”, frisa Davi. 

Esta droga é composta pela nicotina, que vicia o usuário, contendo substâncias venosas, como nitrosaminas, policíclicos e metais pesados. Além de seu malefício, utilizar o cigarro ainda na juventude proporciona mais riscos à saúde. “As doenças se desenvolvem a longo prazo, como bronquite, câncer de pulmão, complicações cardiovasculares e para quem possui asma, a tendência é pior”, pondera Matos. 

Conforme o especialista, os que utilizam a droga podem comprometer o organismo em 50% das pessoas que fumam. “Fazer o uso do cigarro acaba manifestando o oncogene que transforma as células normais em cancerosa”, ressalta. 

Para Davi, a preocupação é importante, mas até que não agrave sua saúde, o risco não é considerável. “Eu penso em daqui alguns anos parar por completo, mas no momento é como se eu não tivesse um bom motivo”, comenta. 

Porta de entrada para outros meios 

A popularização do cigarro eletrônico tem ganhado espaço, porém, é a porta de entrada para o cigarro tradicional. Conhecido como vape, o dispositivo ficou conhecido pela praticidade do uso, no entanto, possui altos índices de nicotina sendo mais prejudicial à saúde.  Confira a matéria especial sobre o novo mecanismo.