A sujeira nos mares deixou de ser um problema apenas urbano e se tornou uma das principais causas da poluição marinha. Os resíduos sólidos deixados nas praias são causadores de doenças e mortes no ecossistema, sendo que 95% dos detritos são plásticos. Um estudo de 2012, do Instituto Oceanógrafo da Universidade de São Paulo, revelou que em janeiro de 2018, houve o recolhimento de cerca de 480 toneladas de resíduos das praias do estado do Paraná e, no Rio de Janeiro, aproximadamente 385 toneladas. Isso em apenas um dia, durante a limpeza da festa de ano novo em Copacabana.
Além de resíduos químicos e radioativos, como dejetos industriais e esgotos, por ano são descartados aproximadamente 10 toneladas de lixo como plásticos, vidro, restos de redes de pesca, entre outros. De acordo com o biólogo Thomaz Girotto, conforme o plástico se decompõe, ele se torna cada vez menor. Isso faz com que o item faça parte da cadeia alimentar, desde a base, podendo estar na alimentação do ser humano.
Animais como tartarugas e aves marinhas sofrem de maneira impactante, pois comem esses dejetos e não conseguem digeri-los. Causando assim, dificuldades para alimentação, defecação e até mesmo entupimentos, levando à morte. “Eles consomem o plástico, que forma bolhas de ar dentro deles. Então, para aquele animal, fica cada vez mais difícil vencer a densidade do ar e mergulhar”, disse Girotto.
Danos à saúde humana provocados pela sujeira nos mares
As substâncias liberadas pelo lixo podem afetar a vida das pessoas. As condições para poder entrar no mar em algumas praias, são péssimas. “Acabamos causando danos à nossa saúde, por poluir os lugares onde frequentamos”, comentou o biólogo.
Portanto, ser responsável por seus detritos e descartá-los da maneira correta, ainda é a melhor maneira de evitar esses problemas ambientais. “Não existe isso de jogar o lixo fora, ele sempre vai para algum lugar. Ele sempre volta para a gente”, disse Girotto.
A economia também é sofre, pois aumenta a necessidade de reparos nas praias, pressões econômicas de transporte e navegação. Além disso, afeta também a segurança do tráfego aquaviário, além de elevar custos para o turismo e a pesca.
Ações em prol da natureza
Conforme a consultora socioambiental, Marianna Menato, cofundadora do projeto Seu lixo, meu lixo, o objetivo é ampliar a educação ambiental sobre resíduos sólidos, envolver escolas e a população, por meio de aulas sobre reciclagem e conscientização. Os organizadores do projeto trabalham ativamente em praias de todo o Brasil, disponibilizando luvas e materiais reutilizáveis.
“As limpezas são importantes para sensibilizar a todos quanto aos impactos ambientais negativos, geralmente causados pelo descarte irregular de resíduos dos banhistas, entre outros problemas”, diz Marianna.
Dessa forma, buscando conscientizar e auxiliar pessoas a terem uma vida mais sustentável, a jornalista Larissa de Lima, criou a página no Instagram Ecoaliza. “Criei o blog para ajudar as pessoas a serem mais responsáveis”, disse Larissa.
A profissional ensina meios de reutilizar e de consumir de maneira ecologicamente correta, mostrando as dificuldades e os benefícios que essa vida lhe proporciona, influenciando inúmeras pessoas.
*Texto da acadêmica de Jornalismo UniSatc, Maria Eduarda Paganini, produzido na disciplina de Texto Jornalístico Lab.
Fotos: Maria Eduarda Paganini