Com um cenário alarmante de mudanças climáticas no Brasil – e no mundo -, cada vez mais torna-se necessário o surgimento de iniciativas que estimulem a sustentabilidade e protejam o meio ambiente. No mundo dos negócios, as startups surgem como grandes aliadas neste objetivo. Somente no Colearning, a incubadora de startups da Satc, das 20 empresas em desenvolvimento, três são ligadas ao meio ambiente.
Uma dessas startups é a Renove. A empresa tem como objetivo gerar negócios para a indústria têxtil-vestuário que deseja comercializar as sobras de tecidos com outros confeccionistas. “Somos uma plataforma digital onde as industrias podem cadastrar aqueles tecidos que eventualmente iriam para o lixo e vender para outros empreendedores, que queiram comprar o material em pequena quantidade”, explica e CEO da startup, Roseli Jenoveva.
Além de gerar lucros para as indústrias e atender a demanda de confeccionistas, a Renove, ainda, beneficia o meio ambiente. Segundo Roseli, a indústria têxtil é uma das maiores poluidoras do mundo e é comum que essas sobras de tecidos sejam descartadas de maneira incorreta.
“Com a Renove, esses materiais não vão para o lixo ou ficam parados gerando custo de armazenamento de estoque. Malhas de ginástica, por exemplo, poderão virar biquínis para outras empresas; retalhos serão utilizados para o enchimento de almofadas e estufados… A ideia é atender a todos os tipos de demanda”, completa a CEO.
Amenizar a poluição ambiental também é o objetivo de outra startup incubada no Colearning. A GreenB tem o intuito substituir o plástico tradicionalmente utilizado pela sociedade por plástico biodegradável. Conforme o sócio fundador, Antônio Carlos Cardoso, essa substituição dos descartáveis fósseis gera grandes impactos positivos na natureza.
“Um canudo de plástico descartável, por exemplo, demora mais de 30 anos para se decompor na natureza. Nosso produto degrada em no máximo em seis meses e é incorporado no solo, ressalta Cardoso. Segundo ele, atualmente, micropartículas de plástico são encontradas nos mares e em campos produtivos, contaminando os alimentos e gerando doenças.
Bicicleta de madeira possibilita experiência sustentável de pedalar
Não é apenas para amenizar os impactos causados pela poluição que projetos inovadores ganham espaço. Uma dessas startups foi desenvolvida por quatro jovens de Criciúma que decidiram criar bicicletas de madeira. Segundo o engenheiro mecânico e CEO da startup, Willian Goulart, a ideia da Andicrose Wooden Bikes é unir sustentabilidade e exclusividade.
“A Andicrose é fundamentada por três pilares: sustentabilidade, design e experiência. Para isso, utilizamos como matéria-prima o jatobá, que oferece alta qualidade e resistência para a bike perdurar por gerações”, detalha. A startup utiliza madeiras de origem reconhecida pelo Forest Stewardship Coucil (FSC), selo de manejo florestal verde mais rigoroso do mundo.
A madeira utilizada na bicicleta é oito vezes mais leve que o aço. Mas além de oferecer um produto com resistência mecânica mais leve e alta performance, a startup também busca promover consciência ambiental.
“Queremos promover uma conversa com a sociedade. Vimos a todo instante bicicletas de alumínio, aço e fibra de carbono e nós trouxemos para o mercado uma em madeira. Será que não conseguimos aplicar este conceito para repensar os materiais de outros produtos do nosso dia a dia? Criar produtos com materiais renováveis e de origem reconhecida?”, finaliza.