Embora urbana, a cidade de Criciúma conta ampla fauna de animais silvestres. Um deles são as serpentes. Mesmo não sendo todas peçonhentas, ou seja, que não tem dentição capaz de injetar veneno, elas assustam. Mas o que fazer caso uma entre em sua casa? Como identificar para que não aconteça acidentes? O biólogo Vitor Bastos e a engenheira ambiental Jade Martins lidam com essas questões cotidianamente.
Eles fazem parte do grupo Fauna Criciúma que monitora, observa e resgata animais silvestres. Existem diversas características que podem ajudar a identificar uma serpente peçonhenta, como por exemplo o formato da cabeça. “Para diferenciar uma jararaca de uma dormideira, que não é peçonhenta, é bom reparar no desenho das escamas. A dormideira tem listras na vertical e a jararaca tem em formato de U ou V”, ressalta Jade.
Na região é mais comum encontrar espécies não peçonhentas, como a cobra espada, falsa coral, dormideira e a cipó. “Também é possível achar a caninana, que é uma cobra preta com verde, muita gente acaba se assustando por conta do tamanho dela, pois ela pode chegar até 2,5 metros”, exemplifica a engenheira.
O que fazer caso encontre uma serpente?
Caso encontrar uma em sua casa, a recomendação é não mexer e nem tentar machucar o animal. O primeiro passo é ligar para a Diretoria do Meio Ambiente de Criciúma (DMACRI), pelo telefone 3445-8811. “A nossa equipe irá no local para fazer o recolhimento e soltar ela longe do meio urbano”, comenta Bastos.
É importante ressaltar que mesmo não sendo peçonhenta as serpentes servem para fazer o controle de algumas pragas, como lesmas, carrapatos e roedores.
O termo “cobra” foi trazido pelos portugueses em 1.500 para designar as serpentes brasileiras. Mas é uma expressão mal-empregada pois “cobra” é exclusivo para designar najas. Ocorreto seria serpente.
Benefícios das serpentes na criação de vacinas
O veneno das serpentes não serve somente para a criação do soro antiofídico, antidoto para picadas dessas espécies, mas também para a criação de vacinas e remédios. Uma vez que as cobras são amplamente estudadas pelas indústrias farmacêuticas.
“As cobras servem mais para salvar vidas do que matar pessoas”, informou Jade.