A Satc e a Usina Termelétrica Pampa Sul oficializaram, no Centro Tecnológico da Satc, a parceria para o desenvolvimento do projeto “Co-combustão de Carvão Mineral e Biomassa em Escala Piloto com Foco na Transição Energética”. A iniciativa integra o Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e conta também com a participação da COPPE/UFRJ.
O projeto tem como objetivo avaliar a co-combustão utilizando carvão mineral e biomassas disponíveis na região de Candiota (RS), como fonte complementar de carbono renovável na geração elétrica.
Durante a cerimônia, o diretor executivo da Satc e presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Luiz Zancan, destacou o caráter transformador da pesquisa.
“A assinatura deste projeto simboliza um passo decisivo para mostrarmos que o carvão nacional pode ter um novo papel dentro da transição energética. Ao integrar biomassa, inovação e captura de CO₂, estamos construindo soluções reais para um futuro mais sustentável e competitivo para o setor elétrico brasileiro”, afirmou.
Contexto e tecnologia
Localizada em Candiota, no Rio Grande do Sul, a Usina Pampa Sul opera com tecnologia de leito fluidizado circulante e possui 345 megawatts de capacidade instalada. A Satc e a COPPE/UFRJ serão responsáveis pelo desenvolvimento dos estudos e testes de co-combustão.
Com investimento de R$ 5,4 milhões, o projeto analisará o uso de resíduos de milho, arroz, soja e madeira de florestas plantadas como biomassas alternativas. O objetivo é verificar o desempenho da queima combinada e suas implicações na operação da usina.
O diretor-presidente da Usina Termelétrica Pampa Sul, Aurélio Augusto Mattedi, reforçou a importância da iniciativa para o setor.
“Este projeto fortalece o compromisso da Pampa Sul com a inovação e com práticas que ampliam a eficiência e a sustentabilidade da geração térmica. A parceria com a Satc e a COPPE/UFRJ traz conhecimento técnico de alto nível e nos ajuda a vislumbrar novos caminhos para o uso responsável do carvão”, destacou.
Etapas da pesquisa
A pesquisa será desenvolvida ao longo de 30 meses, dividida em 12 etapas. O trabalho inicia com o levantamento das biomassas disponíveis na região e a preparação dos materiais para uso como combustível.
Na fase seguinte, os combustíveis serão testados em escala piloto, com tecnologia semelhante à empregada na usina. Esses testes permitirão analisar a combustão conjunta de carvão e biomassa, além da composição dos gases gerados.
Também está prevista a realização de ensaios de captura de CO₂, a partir dos gases de exaustão, para avaliar o potencial de redução de emissões e a possibilidade de alcançar emissões negativas.
Avaliação regional e técnica
As etapas finais incluem estudos sobre disponibilidade de biomassa, análise do ciclo de vida do carbono, pegada hídrica e avaliação da viabilidade técnica, econômica e social da aplicação da co-combustão.
Os resultados deverão subsidiar modelos de transição energética aplicáveis ao setor elétrico brasileiro e apontar caminhos para um novo modelo de usina térmica, capaz de integrar carvão mineral nacional e fontes renováveis.










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