Criciúma respira carvão, pulsa inovação e carrega em sua história uma instituição que se confunde com o próprio desenvolvimento da região. Aos 66 anos, a Satc é mais que uma instituição: é uma jornada. E como toda grande jornada, ela não para — já caminha firme rumo aos 70, mirando o futuro com os pés fincados na realidade, mas com o olhar naquilo que ainda pode ser construído.
Era 2 de maio de 1959 quando tudo começou. Naquela época, a cidade era marcada pela fuligem do carvão, pelo suor dos trabalhadores e pela esperança de que a educação poderia transformar destinos. Nascia ali a Satc — uma escola, mas também um sonho coletivo. Seis décadas e meia depois, o cenário mudou, as tecnologias evoluíram, e a Satc se multiplicou. Hoje, é colégio, centro universitário, polo de inovação, pesquisa aplicada e indústria de ideias.
Mas a essência permanece: formar, transformar e impulsionar.

Educação e negócios: além de um slogan
Ao longo dessas mais de seis décadas, a Satc transformou histórias de vida. De crianças que descobriram o gosto pela ciência nas salas do colégio, a jovens que encontraram na graduação uma oportunidade de mudança. De técnicos e engenheiros que elevaram suas carreiras, a empreendedores que tiraram ideias do papel com o apoio da instituição.
Esse é o caso de Rauan Martins, que representa uma geração de alunos que construiu sua trajetória junto à Satc — e que hoje devolve à sociedade conhecimento, inovação e inspiração.
“Sou um exemplo de aluno que trilhou toda a sua formação dentro da Satc: estudei no colégio, depois ingressei na graduação em Engenharia Mecânica e, hoje, sou professor e também empreendedor com minha startup no Centro Tecnológico Satc, a Taris”, conta.

A Taris está incubada no Colearning, ambiente que integra o ecossistema de inovação da Satc. O espaço conecta startups, empresas e estudantes, promovendo um ambiente fértil para ideias que nascem, crescem e ganham o mercado. É nesse contexto que Martins desenvolveu sua solução: um software de manutenção online que torna mais eficientes os processos de manutenção em pequenas e médias empresas.
Além de CEO da startup, Rauan segue como aluno, agora no mestrado em Engenharia Metalúrgica, também dentro da instituição.
“Toda a minha trajetória está conectada à Satc. Aqui encontrei confiança, especialmente nas áreas de pesquisa, inovação e engenharia. É por isso que, no futuro, quero que meus filhos também passem por essa experiência. A Satc forma profissionais, mas também forma caráter, com um ensino comprometido e próximo das pessoas”, complementa.
Um organismo vivo que respira indústria
Ao caminhar pelos corredores do Centro Tecnológico (CT) Satc, é fácil perceber porque Rauan Martins encontrou na instituição suporte para impulsionar a carreira. É um espaço que vai além da ciência. É movimento. É indústria em tempo real. Máquinas, softwares, protótipos e pesquisadores conectando o que é acadêmico ao que é urgente no mundo do trabalho.


Para o pró-reitor de Pesquisa e Inovação do CT Satc, Luciano Bilessimo, esse é o papel da Satc. “A gente deixou de ser apenas um centro que responde a demandas. Hoje, nós antecipamos. Criamos pontes entre o conhecimento e os desafios do setor produtivo. Pensamos com as empresas. Isso é o que nos projeta para os 70 anos: não é crescer por crescer, é crescer com propósito”, pontua.
Essa conexão se fortalece a cada projeto, a cada startup incubada no Colearning, a cada trilha de capacitação lançada pela plataforma Treinas ou a cada ideia germinada dentro do Cobusiness, onde inovação e estratégia se encontram.


“A Satc aprendeu, ao longo dos anos, que não basta formar bons profissionais. É preciso estar presente onde o futuro está sendo decidido”, completa o pró-reitor.
Educação que nasce do fazer
O futuro, aliás, já tem endereço: está nas salas do Centro Universitário UniSatc, onde o aprendizado é vivo, aplicado, conectado ao cotidiano e aos desafios globais. Lá, alunos trabalham em soluções reais para empresas reais. E aprendem, desde cedo, que conhecimento é ferramenta de transformação social.

“Nossos cursos são desenhados para formar pessoas que pensem criticamente, que saibam colaborar e inovar. Nosso olhar para os 70 anos passa pela formação de cidadãos éticos, criativos e capazes de lidar com a complexidade do nosso tempo”, afirma o pró-reitor de Ensino e Extensão da UniSatc, Jovani Castelan.


Educação que floresce desde cedo
Mas o futuro que se encontra no centro universitário já começa a ser construído muito antes: nas salas de aula do Colégio Satc. Lá, o conhecimento não é um fim em si, mas um caminho que desperta curiosidade, valores e pertencimento desde os primeiros anos. É onde muitas histórias de vida começam — e onde, em muitos casos, a paixão pela ciência, pela tecnologia e pela cidadania se acende.

Para a diretora do Colégio Satc, Izes Beloli Coral, a educação básica é o solo fértil onde tudo germina. “Nosso compromisso é formar crianças e jovens inteiros, conscientes, com pensamento crítico e emocionalmente preparados para os desafios de um mundo em constante mudança. Aqui, a gente planta sementes de futuro todos os dias. E é emocionante ver onde elas podem florescer”, destaca.

Neste ano, o Colégio Satc completou 62 anos. Confira o depoimento de quem faz parte dessa história.
Rumo aos 70: tecnologia com alma
Comemorar 66 anos é, para muitos, motivo para olhar para trás. Mas para a Satc, é convite para mirar adiante. A Satc já está envolvida em projetos que parecem ter saído da ficção científica, como a captura de CO₂ diretamente do ar. Já criou startups que faturam milhões. Já desenvolve soluções que ajudam mineradoras, cooperativas, indústrias têxteis e agrícolas a serem mais eficientes, mais limpas, mais humanas. Mas, no centro de tudo, ainda estão as pessoas.
“A gente sabe de onde veio. Isso é o que nos dá força. Mas sabemos, acima de tudo, para onde vamos. Nossa missão sempre foi social, comunitária, ligada às pessoas. Hoje, essa missão se expande. Somos protagonistas de um ecossistema de inovação, educação e desenvolvimento. Os próximos quatro anos, até os 70, são um tempo de semear. E estamos plantando com generosidade, ciência e paixão”, sublinha o reitor da Satc, Carlos Antônio Ferreira.
Mas antes de projetar o futuro, é preciso reconhecer a solidez das raízes que sustentam uma instituição como a Satc. Criada e mantida pelo setor carbonífero, ela carrega uma história que inspira e se renova.
“A Satc é uma instituição singular, com uma atuação diversificada e sempre pautada pela excelência. Temos orgulho do passado, confiança no presente e grandes apostas no futuro, especialmente neste momento de transição energética justa. É um orgulho para Criciúma, para Santa Catarina e para toda a região”, acrescenta o diretor administrativo/financeiro da Satc, Márcio Zanuz.
Com 66 anos de história, a Satc carrega em seu DNA uma inquietude constante e uma cultura sólida de planejamento estratégico. Desde 1959, a instituição tem se destacado por antecipar tendências e entregar resultados concretos, sem nunca perder de vista seu compromisso com a inovação, a excelência e a indústria.
Segundo o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan, o futuro da instituição é pautado por um crescimento orgânico, uma atuação cada vez mais digital e a consolidação de projetos visionários. “Nosso objetivo é crescer sempre com qualidade — aumentando o número de alunos, subindo no ranking do MEC e mantendo a excelência como marca registrada”, enfatiza.
Um dos maiores projetos já em execução é o Vivera, a cidade inteligente que está sendo construída pela Satc. “O Vivera representa não só os próximos dez anos, mas as próximas décadas da Satc, que se consolida como referência nacional em transição energética justa. E tudo isso sem perder a conexão com a indústria, que nos criou e continuará sendo nossa grande parceira para entregar à sociedade o que ela realmente precisa”, finaliza Zancan.
