Pesquisadores da UniSatc e do Cefet/MG publicaram artigo em uma revista científica internacional. O tema é a resistividade elétrica e a pesquisa prática foi desenvolvida com o suporte de professores e acadêmicos. O resultado foi o artigo “Experimental analysis of horizontal grounding wires buried in high-resistivity soils subjected to impulse currents” – na tradução: Análise experimental de fios de aterramento horizontais enterrados em solos de alta resistividade submetidos a correntes de impulso.

A publicação foi feita no periódico internacional Electric Power Systems Research, um dos mais importantes da área de Engenharia Elétrica do mundo. Os autores são os professores Rafael Alipio (CEFET/MG) e Vilson Coelho e o egresso de Engenharia Elétrica Gennaro L. Canever (UniSatc).

Conforme o professor Vilson, neste artigo publicado agora, estão apresentados resultados de muitas medidas de campo em solo de alta resistividade elétrica e que confirmaram a teoria mais aceita sobre a variação da resistividade elétrica do solo em função da frequência.

Pesquisa envolve estudos sobre aterramentos

Os aterramentos de linhas de transmissão, de alta tensão e alta potência, devem ser executados priorizando a proteção contra descargas atmosféricas. Nestes casos as correntes provenientes de descargas atmosféricas possuem frequências mais elevadas se comparadas com a frequência industrial que é 60 Hz. Estas frequências são superiores a 25.000 Hertz podendo chegar a 1.000.000 Hertz. Nestas condições, aterramentos de grandes dimensões não são eficientes mesmo que possam parecer efetivos em baixas frequências.

O problema é que as medições de aterramentos são sempre feitas em baixas frequências. Então, em solos de alta resistividade, são dimensionados e muitas vezes aterramentos com grandes dimensões e que não contribuirão para a eficiência do escoamento das correntes de descargas atmosféricas.

Isto representa custos elevados desnecessários às concessionárias de energia elétrica. Existem diversas teorias sobre o comprimento efetivo dos eletrodos de aterramento e também sobre a variação das características do solo em função da frequência, que contribui significativamente no cálculo do comprimento efetivo. 

Estudos comprovam pesquisas na Engenharia Elétrica

O problema desses trabalhos é a falta de um número convincente de medições de campo, por falta de locais apropriados para implantação de campos de testes e até mesmo pela dificuldade de transportar equipamentos pesados aos locais de medição.

“Neste artigo, o professor Rafael e eu tivemos ajuda significativa de alunos da UniSATC. A implantação do campo de testes e todas as medidas executadas dentro do rigor científico foram feitas pelo agora ex-aluno Gennaro durante o desenvolvimento do seu TCC”, informou o professor Vilson.

Um registro importante é que as medidas de campo foram obtidas utilizando-se um gerador de impulsos (equipamento que injeta no aterramento uma corrente com forma de onda similar à de uma descarga atmosférica) com quatro diferentes formas de onda e que representam quatro diferentes frequências. Este gerador de impulsos foi também resultado de um TCC da UniSatc, desta vez do agora ex-aluno Natan Ronchi Teodoro.

*Com informações do professor Vilson Coelho.