A alimentação influencia diretamente na função cerebral. Em um contexto estudantil, inserir os alimentos corretos na rotina se torna ainda mais fundamental. Pessoas com uma má alimentação tendem a ter uma deficiência nutricional, o que pode levar à dificuldade de concentração. Dietas ricas em ultraprocessados, como frituras, são prejudiciais à memória e aumentam o cansaço.  

Consumir comidas ricas em ômega 3 e vitaminas do complexo B, pode diminuir a dificuldade de concentração. “Alguns alimentos ricos em ômega 3 são o salmão, sardinha, atum e semente de linhaça. Complexo B, temos as carnes magras, tanto a bovina, como a suína e até mesmo as folhas verdes escuras com o espinafre”, orienta o nutricionista, Gustavo Jorge Santos da Silva  

O ferro também é um importante mineral, que atua na formação de células sanguíneas e no transporte do oxigênio. “Alguns alimentos que podemos consumir ricos em ferro, são o frango, feijão, lentilha e semente de abóbora. Todos esses alimentos vão ajudar na concentração durante a aula e durante o dia, para o aluno”, aconselha.  

É importante ressaltar que nenhum alimento de forma isolada irá causar um grande benefício ou malefício. “O que importa de verdade é o que a pessoa come durante o dia todo, a rotina alimentar. O ideal é sempre procurar um nutricionista, explicar para ele qual é o teu objetivo e aí juntos poderão elaborar um plano alimentar que vai atender essa demanda nutricional durante o dia”, explica.  

Carboidratos mais complexos, como a aveia e batata doce, proporcionam energia durante a rotina. “Proteínas magras, como ovo, frango, peixe, fazem com que você não sinta fome por um período maior. Temos também as gorduras mais saudáveis, como a castanha e o abacate. Eles vão proporcionar um suporte a mais para o cérebro, nos momentos de atenção e foco”, exemplifica o nutricionista.   

Dicas nutricionais para reduzir o estresse e a ansiedade antes das provas

Optar por alimentos ricos em triptofano, como banana, ovos, aveia, estimula a serotonina e ajudar no relaxamento. “Priorizar o magnésio consumindo folhas verdes, castanha, um chocolate amargo pode diminuir o nervosismo. Também evitar o excesso de café e de açúcar porque pode aumentar ainda mais a ansiedade”, esclarece Silva.  

Outras dicas são manter refeições equilibradas durante o dia, e evitar longos períodos sem comer. “É importante consumir frutas e vegetais. São ricos em minerais e vitaminas, e vão otimizar a função tanto cognitiva quanto na parte de energia. Um pouco antes da prova, tomar um chá calmante, como de camomila ou maracujá, também ajuda a reduzir a tensão”, recomenda.    

Como otimizar o tempo para manter uma rotina alimentar saudável?  

Com o dia a dia estudantil recheado de compromissos, manter uma rotina alimentar equilibrada pode ser um desafio. Porém, o consumo excessivo de açúcar, cafeína, e a baixa ingestão de água são fatores que podem causar a queda de energia e vitalidade. Assim atrapalhando diretamente o desenvolvimento acadêmico. Uma dica importante é sempre priorizar alimentos naturais, frutas, e beber bastante água  

“Pular as refeições com certeza está entre os erros mais frequentes. Planejar as refeições com antecedência é muito importante, reservar o final de semana e tirar uma, duas horas no dia para isso. Fazer marmitas para a semana, optar por lanches práticos e nutritivos, como iogurte natural com granola, frutas com castanhas, e sempre manter algumas barrinhas de cereais na mochila”, finaliza o nutricionista.   

  

Aplicando a teoria na prática

Uma orientação relevante para colocar as dicas em prática, é a organização das refeições em marmitas. Cada uma composta pelos nutrientes adequados, e setorizadas em quantidades que podem variar dependendo do horário que serão consumidas. Também é importante armazená-las na temperatura correta. Uma dica é utilizar bolsas e potes térmicos.   

“Fui em uma nutricionista e ela passou um plano alimentar adequado para mim. Quando preparo minha marmita para a faculdade dou prioridade aos alimentos que fazem parte desse planejamento. Isso realmente me ajuda muito, até na questão de gastos com lanches. Também priorizo bastante o consumo de frutas,”, compartilha a acadêmica de Publicidade e Propaganda, Vitória Daitx.  

A relação entre o nutricionista e o paciente é fundamental. A partir de conversas o profissional é capaz de adaptar rotina alimentar conforme os gostos pessoais. “Eu costumo me inspirar bastante no que a minha nutricionista me passa e indica. No geral as marmitas seguem um padrão, mas as vezes conseguimos adaptar para um gosto pessoal meu”, finaliza.