Pesquisadores do Núcleo de Energia e Síntese de Produtos (NEP) do Centro Tecnológico Satc marcaram presença no 14º Congresso Brasileiro de Planejamento Energético. Realizado em Manaus (AM), o evento reuniu especialistas para discutir os desafios socioambientais e econômicos da matriz energética brasileira, além de traçar perspectivas para uma transição energética justa e sustentável. Representaram o CTSatc, Vanessa Olivo, Lucas Canarin e Agda Dutra Cardoso.
Durante os três dias de congresso, foram realizadas mesas redondas com participação de acadêmicos, economistas e analistas de instituições públicas e privadas.
Representantes de órgãos governamentais ligados ao setor energético também contribuíram com os debates, como Mariana Weiss de Abreu, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Paulo Luciano de Carvalho, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); Marlon José de Lima, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e Osório Coelho Guimarães Neto, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
“A presença de analistas discutindo temas como energia e sustentabilidade, governança e capacitação de recursos humanos é essencial para definirmos diretrizes claras para as próximas ações regionais dentro do contexto da transição energética”, destacou Agda, uma das pesquisadoras.
Para a pesquisadora Vanessa, a participação do CTSatc ganhou ainda mais relevância considerando o cenário da região Sul de Santa Catarina. Isso porque o plano de Transição Energética Justa impõe restrições à operação do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, devido ao uso de carvão mineral.
“Buscamos, além de observar as novas tendências quanto as tecnologias renováveis, ponderar e ressaltar a importância das termelétricas como fonte de segurança para momentos de crise da matriz energética, já que ainda observamos uma tendência de vilanização dos combustíveis fosseis, cuja utilização não pode ser imediatamente interrompida”, completou.
Segundo ela, também é possível atingir resultados semelhantes e até mais competitivos que aqueles produzidos pelas vias solar e eólica no que se refere aos combustíveis do futuro, como é o caso da produção de hidrogênio através de gaseificação de carvão mineral.
Durante o evento, os pesquisadores também apresentaram o artigo ‘Drenagem ácida de minas de carvão como potencial fonte para extração de elementos terras raras’, evidenciando as possibilidades de tratar passivos ambientais da indústria do carvão. O estudo, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e com apoio técnico do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), reflete o compromisso da equipe em buscar soluções inovadoras e sustentáveis para a indústria carbonífera.