A procura por roupas é um pesadelo pela dificuldade de encontrar peças de tamanhos variados. Mas isso não é uma problemática apenas de pessoas plus size, é de outros tipos de corpos também.

“Quando vou comprar roupas rodo a cidade inteira tentando encontrar roupas do meu tamanho que sejam acessíveis. Isso porque geralmente peças pp/34 são bem mais caras. Sem falar que muitas lojas não vendem pp, só a partir do p, e tem bastante diferença entre os dois. Quando eu encontro calças, todas tem que ser ajustadas. Apertar na cintura, cortar a barra. As vezes é mais fácil mandar fazer a roupa do que comprar, sem contar o padrão todo desregulado”, conta a estudante Luana Miguel, 18 anos.

Padronagem das roupas ainda não é comum entre fabricantes.

Para consumidoras que passam por transtornos como esse na hora das compras a Associação de Normas Brasileiras (ABNT) publicou em 2021 uma norma para padronizar os tamanhos e facilitar as compras.

Mas sendo apenas uma recomendação, na cidade e região a norma não tem sido muito usada. “A maioria das indústrias da região sul catarinense não usa. Algumas poucas somente”, informa o presidente do Sindicato de Vestuário (Sindivest) André Maurício Spader.

Nova padronização das roupas é discutida no setor

Enquanto em algumas áreas a pandemia adiantou anos, outras foram atrasadas por conta do impacto causado e esse é o caso da indústria têxtil. Spader destaca que o processo de adequação tem sido gradativo, mas lento. Muito por causa do efeito da covid-19 onde muitas ações foram suspensas. O setor também sentiu as implicações econômicas da pandemia.

Para ele, é difícil mensurar a normalização efetiva desta nova norma, principalmente por não ser uma lei, apenas uma recomendação. Mas cita que, atualmente com o e-commerce, do inglês comércio virtual, muitas marcas estão se adequando aos poucos, com tabelas de medidas em centímetros para o provador ou guarda roupa virtual, por exemplo.

“Certamente vai ao encontro das necessidades do consumidor, o que sempre foi o foco principal das indústrias do vestuário”, afirma o presidente.

*Texto da acadêmica Ana Laura Gervásio.