Para acrescentar informações acerca do setembro amarelo, mês de prevenção e cuidado com a saúde mental e bem-estar, venho mostrar como a nutrição pode auxiliar neste processo, visto que uma alimentação adequada pode exercer influência na saúde física e mental.
Muitos alimentos, além de conterem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e de promoção à neuroproteção, também possuem substâncias que atuam na produção de neurotransmissores, sendo a serotonina um grande destaque, que atua regulando o humor, prazer, sono e apetite.
Embora não existam alimentos milagrosos ou específicos para a saúde mental, alguns nutrientes são importantes para o metabolismo cerebral, como:
1. Triptofano: aminoácido precursor da serotonina. Principais fontes: laticínios, banana, aveia, arroz integral, brócolis, ovo, castanhas, carne de boi/peixe/ave, chocolate com alto percentual de cacau (acima de 70%);
2. Magnésio: arroz integral, feijão, lentilha, aveia, abacate, banana, kiwi, semente de abóbora/linhaça/gergelim, oleaginosas (castanha do Pará, castanha de caju, amêndoa, nozes), espinafre, couve folha, salmão;
3. Zinco: Mariscos, ostras, carnes vermelhas, fígado, miúdos, ovo, nozes, tofu, leite e leguminosas (grão de bico, feijão, lentilha, ervilha);
4. Ômega-3: encontrado em grande concentração em peixes de águas frias e profundas, como sardinha, salmão, atum, trutas, arenque. Como a ingestão destes alimentos não costuma ser diária, uma ótima forma de ingerir esse nutriente, que faz muito bem para o cérebro e coração, é via suplementação;
5. Vitaminas do complexo B, especialmente:
• Ácido fólico (B9): folhas de cor verde escuro, brócolis, beterraba, laranja, maçã, abacate, mamão, milho, feijão, nozes, semente de girassol, fígado.
• Piridoxina (B6): banana, arroz integral, feijão, ovo, atum, batata, cenoura, espinafre, aveia, abacate, nozes, avelã, pistache.
Não obstante, o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, como frituras, doces em geral (refrigerante, chocolate, sobremesas e outras tantas preparações com alto teor de açúcar refinado) e produtos industrializados cheios de corantes artificiais e conservantes, podem gerar um processo inflamatório promovendo danos à saúde física, cardiovascular e cerebral, favorecendo sinais, sintomas e doenças ligadas à estes.
Além disso, estes mesmos alimentos também contribuem para o desequilíbrio no funcionamento do intestino, órgão responsável pela maior parte de produção da, já citada, serotonina. Tanto é verdade, que diversos estudos evidenciam uma forte influência da microbiota intestinal no comportamento emocional e nos processos neurológicos (curiosidade, inclusive, para o termo “enfezado”).
Diante disso, sabemos que uma rotina alimentar saudável é base para uma melhor qualidade de vida e longevidade, sendo o profissional nutricionista o mais indicado para te auxiliar na prevenção ou tratamento de suas questões físicas, bioquímicas e mentais com um plano alimentar individualizado e que atenda à sua necessidade, rotina e hábitos.