A luz azul, caracterizada por luzes de ondas curtas de alta energia emitida por celulares ou notebooks pode levar ao envelhecimento mais rápido. O estudo foi publicado ontem (31), pelo Departamento de Biologia Integrativa da Oregon State University.
Para o estudo foi utilizado moscas com exposição excessiva a luz azul. No final do teste, o nível metabólico das células funcionava a uma quantidade abaixa do ideal, resultando em uma morte prematura. Ocasionando o aceleramento do envelhecimento, comparado com uma célula humana.
“Estudos recentes demonstraram que a exposição crônica ao BL (luz azul) ao longo da vida leva ao envelhecimento acelerado manifestado na redução do tempo de vida e neurodegeneração cerebral”, relatou a cientista que estuda relógios biológicos, Dra. Jadwiga M. Giebulrowicz.
Como o caso de Beatriz de oliveira Alves, estudante de administração, que passa em média duas horas e meia no celular, só no período noturno. “Se eu usasse menos o celular, é provável que eu acordaria mais disposta”, relatou.
Como foi feita a pesquisa?
A Drosophila melanogaster, nome científico da mosca, foi mantida por uma dieta de leveduras, fubá e melaço. A colônia de 25 moscas foi criada em ciclos de 12 horas de luz fluorescente e 12 horas de escuridão. As utilizadas no experimento foram acasaladas e separadas por sexo com 2 a 3 dias de idade.
Para cada condição de luz, a expectativa de vida foi medida usando pelo menos 50 machos com mortalidade registrada e dieta fresca fornecida a cada 2-3 dias. No final da exposição, eram reservadas para análise em grupos de 10, 14 e 16 dias.
“Relatamos que o envelhecimento acelerado em Drosophila mantido em BL está associado a mudanças significativas nas vias envolvidas no metabolismo energético e de aminoácidos e com níveis alterados de vários neurotransmissores cerebrais”, comentou a doutora Jadwiga.
As moscas foram expostas a grandes quantidades de luzes que normalmente um ser humano não recebe de um aparelho de celular. “nossos resultados metabolômicos fornecem novos insights sobre os mecanismos pelos quais o BL interfere em vias metabólicas vitais em células extra-retinianas em moscas. Portanto, é possível que a exposição prolongada ao BL possa ter efeitos semelhantes, embora mais sutis, na pele, gordura subcutânea e outras células no ser humano”, complementou a especialista.