No Brasil, mais de 10 milhões de pessoas apresentam algum grau de surdez, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este número representa cerca de 5% da população do país, mas desta porcentagem são estimados que apenas dois milhões utilizem a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o que representa a importância de se falar e fazer ações de inclusão.
A Libras começou a ser criada no século XIX quando Dom Pedro II convidou o professor francês, Ernest Huet, para fundar a primeira escola para surdos no país. Sendo reconhecida como língua oficial no Brasil no ano de 2002.
A professora de Libras Delma Roberta de Oliveira comenta sobre o impacto e significado da Libras. “Representa a quebra do estigma histórico-social de que surdo é mudo, deficiente e incapaz. As línguas de sinais vieram para mostrar que os surdos têm vez e voz. Essa voz que sai das mãos. Que em qualquer lugar do mundo, onde houver um ou mais surdos, haverá a língua de sinais”, afirma.
Delma também relata as oportunidades que aprender Libras abre. “Possibilita acessibilidade e a inclusão em todas as áreas do conhecimento, ou seja, oportuniza ao sujeito usuário da Libras, comunicar-se com os surdos, criando maiores chances no mercado de trabalho e um grande diferencial no currículo. No geral, aprender Libras é mergulhar num mundo visual onde àqueles que não ouvem, tem nas mãos muito a nos falar. Basta apenas aprender”, pontua.
Importância do aprendizado de Libras na infância
A Associação de Surdos de Criciúma estima que exista na cidade cerca 250 usuários de Libras. “Estimamos que tenham mais ou menos 250 na nossa cidade, mas na região da AMREC contabilizamos aproximadamente 400 usuários”, constata a professora bilíngue e intérprete de Libras e membro da Associação, Sabrina Rocha.
Em 2018, no município de Criciúma, surgiu a Escola Polo de Surdos, Profª Maria de Lourdes Carneiro. Que começou seus trabalhos na área no mesmo ano. “Começamos com 13 alunos surdos, ao assumirmos o posto da antiga escola polo, o São Francisco. Hoje em dia, contamos com 431 alunos ouvintes e 29 surdos”, afirma a diretora da escola, Daniela Rosso.
O colégio conta com professoras intérpretes auxiliares, que ajudam os alunos não ouvintes durante as aulas. Eles também contam com aulas próprias durante a semana, onde são orientados pelas professoras. A escola ainda oferta um curso de Libras para adultos no período noturno. Interessados podem entrar em contato com a Secretaria da Educação de Criciúma.