Reportagem especial: Sandy Brasil
Você consegue imaginar o futuro? Como as coisas estarão em 2030? Essa é a dúvida de muitas pessoas, mas nos corredores do Colégio Satc e no Centro Universitário Satc (UniSatc), o futuro já está sendo vislumbrado.
Projetos como: Vivera (Cidade do Conhecimento), SATC 2030, são um conjunto de ações para se chegar ao futuro melhor. Envolvendo educação, tecnologia e inovação.
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Cidade do conhecimento
Na busca por um futuro inovador e sustentável, a Cidade do Conhecimento, agora tem um nome. “O projeto agora se tornou uma marca e tem um nome, a Cidade do Conhecimento se chama Vivera”, falou Gustavo dos Santos de Lucca, Head de Inovação da Satc.
Vivera, também conhecido como Cidade do Conhecimento, busca unir conveniência, sustentabilidade e inovação. “Estude, more e trabalhe no mesmo ambiente, essa é a essência da Vivera”, como destaca Luciano Bilessimo, Pró-reitor de Pesquisa e Inovação da Satc.
“A Cidade do Conhecimento, tem um conceito que a gente chama de distrito de inovação. O qual as pessoas empreendem, inovam e convivem”, explicou Gustavo.
Uma das características marcantes da Vivera é a agilidade como as coisas vão acontecer, conforme disse Gustavo. “Você pode gastar no máximo 12 minutos para fazer tudo o que precisa, seja ida ao mercado, visitas à farmácia, ou até mesmo ir à escola”.
Bilessimo, salientou a singularidade da Satc: “A cidade de Criciúma é única. Estamos atraindo grandes empresas. Atualmente mais da metade das startups da região já faz parte deste ecossistema aqui na Satc”.
Mas como a Satc está criando o ecossistema de inovação? De acordo com a host da incubadora Colearning, Carol Paris, é com conexão. “Conexões entre startups, grandes empresas, meio acadêmico, poder público e a comunidade”, enfatizou ela.
Veja como funciona um Ecossistema de Inovação:
Primeiro prédio de madeira na Cidade do Conhecimento
A Satc, está prestes a iniciar um projeto revolucionário que promete mudar a forma como vemos a construção de edifícios, um prédio de madeira, o primeiro dentro da Cidade do Conhecimento. “Este é o novo prédio, e ele é todo construído com madeira, tudo modulado”, explicou o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan. Ele ressaltou que a busca por tecnologias de madeira tem um objetivo claro: “Melhorar a pegada de carbono. Se possível, alcançar uma pegada de carbono negativa dentro deste prédio”.
Veja o infográfico sobre a Pegada de Carbono:
Esse ecossistema de inovação é chamado de laboratório vivo. “Esse prédio será construído envolvendo diversas tecnologias”, reforçou Zancan.
Hoje, a madeira é frequentemente transformada em tábuas simples. “Aqui, estamos buscando madeira para construir prédios inteiros”, disse ele, destacando o potencial para criar uma nova indústria na região.
O pró-reitor de Pesquisa e Inovação acrescenta que a edificação de madeira é uma prova da abordagem de “resíduo zero”. Ele informou que o processo de construção é altamente eficiente, levando apenas 180 dias para montar a estrutura completa.
Além de representar um avanço significativo na construção sustentável, este projeto também tem o potencial de transformar a economia de Santa Catarina. “Nosso estado é o terceiro maior exportador de madeira do Brasil, mas muitas vezes vendemos a madeira a preços muito baixos. Vamos transformar esse modelo de negócio com este prédio”, relatou Bilessimo.
O novo prédio de madeira marca apenas o ponto de partida. A Satc, está totalmente comprometida em incorporar inovação e tecnologia em todo o campus, criando um ambiente de laboratório em constante movimento, onde as ideias são continuamente experimentadas e validadas. Muitas pessoas tendem a associar tecnologia e inovação apenas à internet ou máquinas, mas, na realidade, a inovação é um conceito muito mais abrangente, que pode ser aplicado em diversos setores e estimulado por uma variedade de processos.
O campus da Satc funciona como um laboratório vivo, criando uma sinergia entre ideias e práticas, desenvolvimento de protótipos e validação. Portanto, a inovação não se limita a um único campo, mas se estende por toda a instituição, impulsionando o progresso e aprimorando os métodos.
SATC 2030
A Satc embarcou em uma jornada revolucionária com o projeto SATC 2030, que tem como foco os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “SATC 2030 é uma plataforma que começou a ser desenhada em 2017 e tem evoluído desde então. Hoje existe nome de produto, tem ecossistema de inovação e cidade do conhecimento. A ideia principal é mudar a forma de pensar a educação para alcançar uma nova abordagem até 2030”, falou Gustavo.
Uma das manifestações dessa visão é o Empreendimento de Conclusão de Curso (ECC), que traz a oportunidade para os alunos desenvolverem novas ideias de negócios, trazendo benefícios para toda a região. Esse é um projeto que está atualmente em andamento. “O ECC foi uma ideia que surgiu dessa visão lá em 2017. O que estamos fazendo hoje terá resultados até 2030”, ressaltou Gustavo, destacando a abordagem de longo prazo.
O diretor executivo também compartilhou sua perspectiva sobre o SATC 2030. “É um estágio. Até 2030, precisamos ter uma série de tecnologias educacionais. Sempre focamos em educação e inovação, e isso começou em 2017 e 2018. Hoje, vemos o resultado disso com 30 startups e um ecossistema de inovação pujante”, afirmou Zancan.
Um dos projetos da Satc também é a incubadora de startups, o Colearning, que em 2019 iniciou com 4 startups, e hoje são 30, que somam mais de 500 clientes atendidos.” A incubadora se transformou nesses 4 anos. Ainda mais levando em consideração que dois deles estávamos em pandemia”, destacou Carol Paris.
Além disso, Zancan enfatizou a importância da sustentabilidade e do desenvolvimento de tecnologias como parte do SATC 2030. “Nós olhamos para os ODS e trabalhamos para alavancar a inovação. É um desafio desenvolver tecnologias, mas nossa visão é vender essas tecnologias e trazer mais recursos”, explicou ele.
Você sabe o que são os ODS? Em 2016, a ONU apresentou aos líderes globais os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com o intuito de permitir que a humanidade, em conjunto, desvinculasse o crescimento econômico da pobreza, da desigualdade e das mudanças climáticas.
Veja abaixo quais são os Objetivos:
Agora que você já conheceu os ODS, jogue um jogo do site Wordwall para praticar sobre o assunto, clique no link abaixo e divirta-se:
Zancan, acredita firmemente na importância de cumprir a visão do SATC 2030. “Nós estamos correndo contra o tempo, afinal, temos um projeto de transição energética justa que se estende até 2040”, disse ele.
Ele também relatou o desafio de acelerar esse processo para alcançar resultados mais rapidamente. “O Centro de Tecnologia foi planejado em 2006 e levou quatro anos para começar a ser implantado. Hoje, temos todas essas conquistas em apenas 17 anos. Agora, nosso desafio é acelerar ainda mais esse processo”.
Estudo gratuito
Na busca contínua por proporcionar oportunidades de educação gratuita e de qualidade, a Satc traça planos para o futuro. Gustavo compartilhou a visão da instituição. “É uma oportunidade e uma das missões da Satc buscar outras fontes de receita até 2030, para tornar a educação 100% gratuita novamente”, destacou.
A Direção defende que avançar em tecnologias é fundamental para sustentar o modelo de ensino gratuito. “Nosso objetivo é desenvolver novas tecnologias, vendê-las e trazer recursos para manter a gratuidade do ensino, como era até 1988”, ponderou Zancan.
A visão da Satc envolve não apenas tornar a educação acessível, mas também promover um ambiente inclusivo. “Nossa visão é que quem pode pagar, pague, mas quem não pode, tenha a oportunidade de estudar na Satc”, acrescentou ele.
Uma das maiores oportunidades que a Satc enxerga hoje reside na mudança de cultura. Gustavo reforçou que o maior impacto está na transformação da mentalidade empresarial. “Hoje, temos cerca de 30 CNPJs na incubadora. A maior oportunidade é mudar a cultura nas grandes empresas, para que novos negócios surjam e uma nova forma de pensar também”.
Centro Tecnológico: impulsionando inovação
O pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Luciano Bilessimo, destacou que o Centro Tecnológico da Satc oferece uma variedade de soluções para negócios, que abrangem desde análises laboratoriais até consultoria, pesquisa e educação corporativa. “O Centro é uma parte integrante do que a SATC representa atualmente. É o momento de valorizar a sua grandiosidade dentro do ecossistema Satc, e no impacto que traz para a região”.
Bilessimo também falou sobre a importância da educação empresarial como um dos pilares do Centro. “A educação corporativa vem demonstrando todo o seu potencial, já que é uma parte fundamental do que é o Centro de Tecnologia. Desenvolver novas tecnologias é crucial, mas também é essencial preparar as empresas e profissionais da região para adotá-las efetivamente”, explicou ele.
Quando questionado sobre o contexto histórico da região, o pró-reitor mencionou a tradição da indústria cerâmica e a exploração do carvão. “Foi observado que a região está passando por uma transformação significativa e muitas empresas já estão aqui no centro tecnológico”, disse.
Ao refletir sobre o futuro, ele questionou quem mais está pensando no desenvolvimento da região. “É hora de olharmos adiante e pensarmos estrategicamente sobre como nossa região pode continuar prosperando”, concluiu o pró-reitor.
A Satc, por meio do seu Centro Tecnológico, está desempenhando um papel vital nesse processo, promovendo inovação, pesquisa e educação para garantir um futuro próspero e sustentável.
A Satc que vem transformando histórias
Por conta do Empreendimento de Conclusão de Curso (ECC), os egressos dos cursos de graduação transformam suas paixões em empreendimentos. Isabelle Luciano Casagrande, criadora do “Poe Isa” compartilha que a ideia para o projeto surgiu de sua paixão pela escrita e poesia. “O ‘Poe Isa’ já existia há dois anos antes de se tornar meu tema de ECC. Eu tinha a intenção de ir além de compartilhar meus poemas e textos, transformando o projeto em algo maior”, disse.
Kamili Guimarães, fundadora da “Klipping” revela sua motivação para optar pelo ECC: “Eu já gostava muito de assuntos que envolviam empreendedorismo e inovação e quando me foi apresentada a possibilidade de fazer o ECC não hesitei em migrar para esse modelo.”
Isabelle descreve sua experiência com o ECC como gratificante e enriquecedora. “A minha experiência com o ECC foi fantástica. Todas as palestras, mentorias e workshops me proporcionaram uma visão muito mais ampla de mercado, negócio e empreendedorismo. O acompanhamento das orientadoras e professoras responsáveis também foi crucial para que a experiência tenha sido tão bacana. Pude fazer teste, identificar melhorias e soluções por meio da SATC”, relatou.
Ambas as empreendedoras enfrentaram desafios significativos ao iniciar suas startups. Kamili destaca a necessidade de adquirir conhecimentos em áreas diversas. “Com certeza ter mais conhecimentos em outras áreas. Fazer vendas, por exemplo, é algo bem distante do que um jornalista está acostumado a fazer e para mim foi um desafio”.
Para Isabelle, o principal desafio foi identificar em exatamente quais mercados o meu negócio se encaixava, uma vez que o meu tema era bem amplo. Ela observa o crescimento notável de “Poe Isa” após o ECC: “Está indo muito bem! Em menos de um ano após o ECC, consegui abrir meu CNPJ, ativar um site e-commerce e lançar novos produtos”.
Kamili relata o sucesso da sua startup após o ECC: “Após o período de ECC, estive à frente da Klipping por quase dois anos. Além da premiação de ‘Trabalho mais inovador de Santa Catarina’ que ganhamos em 2020 com o projeto, recebemos um investimento e a equipe de sócios aumentou. Hoje estou seguindo outros planos e a empresa segue com outros sócios”, informa.
Kamili deixa uma mensagem inspiradora para os estudantes. “Diria para os alunos que estão na fase de escolher entre fazer um TCC ou ECC, que não hesitem, porque a experiência é muito gratificante”.
Para Isabelle o sucesso do seu projeto não era o fim de um ciclo. “Era apenas o início da minha trajetória como empreendedora”, ponderou.
As histórias de Isabelle Luciano Casagrande e Kamili Guimarães demonstram que o empreendedorismo e a inovação podem surgir de paixões pessoais, e o ECC pode ser uma plataforma de transformação profissional e pessoal.
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