O dia mais quente da história do Planeta Terra, esse foi o dado fornecido pelos Centros Nacionais de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, na última terça-feira (4). Com o marco de 17,18°C, o recorde de temperatura média mais alta foi ultrapassado pelo segundo dia consecutivo, ficando alguns décimos acima dos 17,01°C registrados na segunda-feira (3). No Brasil, mesmo durante o inverno, o clima também segue mais elevado, devido ao El Niño. 

O fenômeno da natureza, que acontece de forma irregular, com a periodicidade de dois a sete anos, é o aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico Equatorial, próximo da costa do Peru e Equador. Em 2023, o aumento deve chegar a 2,1°C acima da média, principalmente durante os meses de outubro e novembro. Os números parecem baixos, mas, segundo o climatologista da Estação de Urussanga da Epagri, Márcio Sônego, acima de 1,5°C a classificação é de um Super El Niño.

“É por esse motivo que o mundo todo está em alerta, já que a previsão é de um El Niño poderoso, assim como foi no ano de 2015. Isso afeta as temperaturas em todo o mundo, o planeta inteiro esquenta um pouco mais, impactando, também, os regimes de chuva. No sul do Brasil, as temperaturas serão mais altas e haverá um aumento na quantidade de chuvas. Já no norte do país, o calor segue presente, porém com menos chuvas.”, afirma. 

Estas mudanças no clima e na chuva impactam diretamente setores como a agricultura, podendo interferir positivamente ou negativamente nas plantações da região. “A produção de maçãs na Serra é uma que pode ser afetada, visto que há uma dificuldade para uma brotação boa na macieira. Agora, se chover como está previsto, será ótimo para o cultivo de bananas aqui do sul, que gostam de água e calor. As plantações de arroz e maracujá também tendem a ser boas com as mudanças trazidas pelo El Niño”, destaca o climatologista. 

Assim como o inverno, a previsão é que a primavera também seja mais quente, com 1°C ou 2°C acima da média histórica.

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