Instituído no país pela União Brasileira dos Escritores (UBE), em 1960, o Dia do Escritor foi comemorado na última terça-feira (25) em todo o território nacional. A data, escolhida em razão da primeira edição do Festival do Escritor Brasileiro, além de homenagear os escritores brasileiros, busca o incentivo e a valorização da leitura.

Para a autora nacional e independente, Brenda Paiva, a paixão pela escrita começou quando ainda era criança. “Assim que eu aprendi a ler já me apaixonei pelas histórias e livros. Comecei a escrever poemas bem novinha, por volta dos meus 12 anos, e na adolescência passei a escrever contos, inícios de livros que nunca finalizei e algumas noveletas, porém não tinha coragem de publicar”, contou.

Agora, prestes a lançar seu terceiro livro, Brenda comenta sobre a sensação de poder transportar suas leitoras para outro universo através de suas palavras. “É uma delícia saber que as pessoas gostam das minhas histórias tanto quanto eu. Quando lancei meu primeiro livro achei que somente umas 30 pessoas iriam ler, e ver o tanto de gente que se identificou com minha escrita é uma sensação que não cabe no peito. Me sinto muito grata e abençoada”, afirmou.

A autora de romances Nayara Bernardi, que também entrou no mundo literário aos 12 anos após ganhar seu primeiro livro de Harry Potter, teve seu terceiro lançamento no início do mês de julho. “Eu me sinto realizada demais, acho que tenho uma comunidade de leitores muito específica, principalmente por ter um universo correlacionado entre os livros. É sempre gratificante ver que eles submergem tanto no universo literário que passam a fazer parte da história junto com os personagens”, frisou.

E para aqueles que desejam se aventurar na escrita, Nayara deixou um recado. “Comece o quanto antes e seja o seu maior fã. Antes de escrever para soltar no mundo, escreva para si. Isso vai fazer com que o processo seja muito mais gostoso, porque acima da validação dos outros, precisamos ter a nossa própria. É isso que nos mantém firmes quando nosso trabalho é exposto”, completou.

A importância da leitura para a sociedade 

Com o poder de provocar emoções e reflexões, os escritores têm um papel fundamental no desenvolvimento da sociedade. Segundo o bibliotecário e doutorando em Educação, Diego Monsani, a leitura é primordial para a atuação da cidadania. 

“A possibilidade de ler, permite que o indivíduo tenha contato com textos que expanda seu horizonte, bem como dê significados para sua vivência. A leitura ainda estimula a empatia no leitor pois, ao ler o relato de vivências que não são as suas, é possível se sensibilizar pelas diferentes existências e realidades na sociedade”, informou Monsani.

Além do escritor, o bibliotecário também tem uma grande importância quando o assunto é o hábito e gosto pela leitura. “Para estimular esse gosto é necessário entender que, como diria Ranganathan, para cada livro o seu leitor. O bibliotecário pode dialogar com o membro da comunidade tentando identificar qual as preferências dele para outras obras culturais. Buscar dentro de seu acervo de livros e HQs quais aqueles que mais se aproximam e tem mais chances de serem cativantes ao leitor”, destacou.

Monsani ainda ressaltou que alguns projetos são capazes de estimular ainda mais a leitura entre a comunidade. “O profissional também pode atuar de uma forma mais macro. Criando clubes de leituras e atuando como mediador ou mesmo promovendo projetos de bookcrossing, que é a prática de deixar um livro em local público, para ser encontrado e lido por outro leitor, que por sua vez deverá fazer o mesmo”, concluiu.