Os consumidores perceberam um aumento significativo no preço dos alimentos. Até o mês de abril, comparando os últimos 12 meses, produtos da cesta básica subiram mais de 80%. Alimentos como arroz, que aumentou 56,67%, as carnes, 35%, e o óleo de soja, que subiu mais de 82%, impactam diretamente no bolso do consumidor.
Enfrentando a pandemia do novo coronavírus que provocou a perda de emprego e renda, muitos trabalhadores precisaram se reinventar. Esse é o caso do Glauco Gimenez, que percebe o aumento no custo de vida. “Devido a pandemia tive que trabalhar como motorista de aplicativo. Estou nisso já tem dois meses, ter que lidar com o combustível junto com a manutenção do veículo e não está sendo nada fácil, as corridas estão ficando escassas devido ao número de motorista que aumentou”, conta Gimenez.
Conforme dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve para medir a inflação de produtos e serviços do país, o índice inflacionário ficou em 0,31% em abril, número menor do que o registrado em março que foi 0,93%. Apesar dessa diminuição na inflação, o saldo desses 12 últimos meses no acumulado teve um aumento de 6,76%.
Para o economista Alcides Goularti Filho a explicação para o aumento repentino dos produtos é justamente a inflação que acumulou nos últimos 12 meses, que ficou acima do teto estabelecido pelo Governo Federal, somado ainda com o aumento do preço da gasolina durante todo esse período.
“A economia brasileira teve uma queda muito acentuada ano passado por conta da pandemia, e com esse gerenciamento do governo acaba deixando uma incerteza muito alta que acaba impactando no preço dos alimentos”, comentou o economista.
Auxílio emergencial ampliou poder de compra
O repasse do auxílio emergencial durante o ano passado ajudou as famílias mais carentes. Em 2021 o valor diminuiu, passando a ser em quatro parcelas de R$ 150,00 para as famílias de uma pessoa só, R$ 250,00 para famílias com duas pessoas ou mais, ou R$ 375,00 para mães chefes de família.
“É uma coisa absurda o Brasil voltar a ficar no mapa da fome. As famílias mais pobres acabam sofrendo muito com esse aumento dos alimentos. O auxílio emergencial foi fundamental para essas famílias terem um certo tipo de ajuda, elas ainda estão tendo, mas agora o valor ficou reduzido. O país está sofrendo com a ausência de políticas sociais e públicas”, contou Goularti Filho.