Os estudantes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) que integram as cidades da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC), participaram da 12ª edição do festival regional Nossa Arte. Com o intuito de incluir a pessoa com deficiência na vida sociocultural, o evento levou música boa, dança e outras formas de arte para os espectadores que lotaram o Teatro Elias Angeloni nos dias 28 e 29 deste mês. 

Segundo a presidente do conselho das APAEs da Região Carbonífera, Clair Martinello Faraco, nove das dez instituições pertencentes à região se apresentaram no festival. “Esta ação surgiu através de uma ideia dos professores de arte, que trabalhavam diferentes modalidades dentro das escolas. Então enxergamos a necessidade de um evento, a princípio apenas de apresentações, para estimular o lado artístico. Mas, aos poucos, foi se tornando classificatório aos níveis estadual e nacional”, afirmou. 

Com a periodicidade de três anos, a etapa estadual ocorrerá nos dias 17, 18 e 19 de outubro, na cidade de Lages. Já o nível nacional, acontecerá apenas em 2024. O estudante da Apae de Criciúma, Gabriel Primo, que conquistou o primeiro lugar no Concurso Estadual de Cartaz e Cartão de Natal, que ocorre anualmente, teve seu desenho estampado na arte oficial da 12ª edição do festival regional. “Eu adoro criar, e aquele rosto no desenho eu imagino como se fosse eu mesmo. Fico muito feliz olhando minha obra, curto bastante desenhar”, contou.

Confirmando o olhar sensível de Gabriel, a autodefensora das APAEs da Região Carbonífera, Greice Ghise, apontou que todos podem recorrer à arte para se expressar. “O festival é uma oportunidade de mostrar que a deficiência não limita o potencial artístico e talento de cada um de nós”, declarou.

Representando a cidade

De acordo com a diretora pedagógica da Apae de Criciúma, Daiane Rubbo, cerca de 60 estudantes da Instituição estiveram presentes no evento. “A empolgação dos nossos alunos era nítida, afinal foram três anos de preparação. Eles se sentem valorizados, ansiosos e orgulhosos. A todo momento querem nos mostrar os ensaios, e esses sentimentos são muito importantes”, explicou.

Para o estudante, Lucas da Silva Peruche, o orgulho mencionado pela diretora é real. “Estar aqui pela segunda vez, para mim, é uma tranquilidade total. Eu esqueço de tudo, dos problemas, e isso é muito bom. Sinto que estou representando muito bem nossa escola com meu canto”, ressaltou. 

Frisando a arte como forma de manifestação, Daiane exaltou o talento de seus alunos. “A inclusão tem que existir. Proporcionar esses momentos em que eles possam expressar toda a criatividade, mostrar seus trabalhos e se diferenciarem é essencial. Com certeza foi um evento de muitas emoções.” completou.