Star Wars, o nome de uma das franquias de cinema mais conhecidas do mundo. O primeiro filme, chamado de Star Wars: Uma Nova Esperança, foi lançado em 25 de maio de 1977. O longa metragem foi um grande sucesso e cativou inúmeros fãs ao redor do mundo.
A data de estreia do filme nas telonas, inspirou o escritor espanhol, Germán Martinez a organizar, em 2006, também no dia 25 de maio, o chamado “Día del Orgullo Friki”. O evento, sediado na cidade de Madrid, tinha a intenção de celebrar a cultura nerd/geek e reuniu centenas de pessoas no local.
Com o sucesso do evento, diversos outros países passaram a celebrá-lo a partir do ano de 2008. Atualmente, o dia comemora o direito de todas as pessoas fazerem parte do mundo nerd.
Role Playing Games: uma visão dentro dos jogos de tabuleiro RPGs

Armados de suas mentes, papéis, lápis e canetas, jogadores com seus personagens, são guiados por um mestre através de vários desafios e histórias diversas.
Constituídos principalmente da imaginação de quem os joga, além dos famosos dados, os Role Playing Games (RPG), permitem aos jogadores vivenciar mundos fantasiosos, sejam eles no passado, no presente ou no futuro.
O jogo de maior prestígio dentro do mundo dos chamados RPGs, é o Dungeons and Dragons, lançado em 1973 e que foi a base para o filme de mesmo nome, Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, de 2023.
Para diversos jogadores, a experiência de jogar RPG, veio através da apresentação de alguém que já fazia parte deste mundo.
“Eu estava no sexto ou nono ano e um moço foi na minha escola com a intenção de dar como uma atividade extracurricular, seções de RPG. Como uma espécie de hobby. Foi nessas de estar indo lá, jogar, que me apaixonei pelo conceito”, relata o aluno de Animação da UFSC, Jonathan Kreusch Schvartz.
Para Jonathan, o RPG ajuda a melhorar a interação entre as pessoas.
“Adoro como ele põe as pessoas em uma dinâmica social. Ele explora relações interpessoais e cria um ambiente para as pessoas desenvolverem seus laços enquanto elas brincam de faz de conta. Eu posso explorar minha criatividade e ver do que as outras pessoas são capazes”, afirma.
Cosplay: um personagem fictício no mundo real

As famosas disputas no intervalo do colégio, com crianças gritando aqui e ali “Eu sou o Homem de Ferro!” e o colega discutindo “Não! Eu quem sou!”, quem nunca fingiu ser seu personagem favorito?
Os cosplays são um passo à frente disso. Popularizado no Brasil por volta da década de 90, a arte de se fantasiar de personagens das diferentes mídias, vem ganhando força a cada ano.
Seja um personagem de anime, de filme ou de um jogo, sempre haverá alguém para se tornar a sua versão da vida real, por meio de figurinos elaborados e maquiagem.
Os cosplayers são presença carimbada em grandes eventos da cultura nerd, como a Comic Con Experience (CCXP), realizada na cidade de São Paulo. Mas não é só de aparecer em grandes eventos que o cosplay vive. Competições para ver quem tem o melhor figurino dentre os presentes, também são grandes atrações nos eventos geeks.
Para muitos, o seu início no cosplay vem da junção da sua profissão e de vídeos.
“Eu sempre gostei de maquiagem e como trabalho de maquiadora, isso me levou a poder expressar um pouco melhor essa parte da arte no cosplay. Eu comecei na pandemia. Ficava vendo muitos vídeos, e os animes estavam em alta, então eu comecei a ver aquilo e pensei, é isso que eu quero”, conta a cosplayer, Keizy Maciel Caetano.

Frequentemente, as roupas criadas para os eventos são feitas à mão por quem as veste.
“Tem cosplays que eles têm muitas peças, e às vezes parece uma coisa simples, mas tem muitos detalhes. Uma roupa que eu fiz recentemente, por exemplo, o mais difícil foi fazer o cajado, que levei um mês para criar. Os brincos também foram muito difíceis”, relata Keizy.
Para as pessoas que desejam entrar no mundo dos cosplays, manter o foco é essencial.
“É bom não entrar em desespero, querendo comprar e fazer milhares de acessórios, milhares de roupas. É ir lá para se divertir, não levar competições tão a sério. Tem que realmente levar como algo prazeroso”, aconselha a cosplayer.


Uma cultura passada de pais à filhos
Para muitas pessoas, a porta de entrada para a cultura nerd é a passagem de bastão dos pais para os filhos. As vezes acontece por acaso, por uma curiosidade infantil e quando se percebe, o jovem está inserido dentro de um mundo diverso e transformador.
“Meu pai me colocou nesse caminho. Hoje eu gosto dessas coisas geeks, devido ao meu pai ter me apresentado desde criança. Eu via ele no computador jogando ou passava brincando na sala e ele estava vendo algum anime”, confessa o estudante de Engenharia de Software da Satc, Bruno Costa Ghisi.
Por ter essa exposição já muito cedo, Bruno conheceu sua franquia de jogos favorita devido a serem os primeiros jogos com que teve contato.
“Eu tinha um notebook com mais de 50 jogos antigos, um controle e muito tempo livre. Uma combinação perfeita. Por pura sorte, entre todos os jogos que tinha, o primeiro que eu escolhi foi um tal de “Mega Man X”. Eu tinha achado muito curioso o fato de ter o X no nome”, aponta.
Após o contato inicial com franquia, que teve início com o primeiro lançamento no ano de 1987, o estudante de Engenharia de Software se viu muito apegado às diversas qualidades dos jogos de Mega Man.
“Para a época que ele foi lançado, ele foi referência com seu estilo musical icônico. Também pelas mecânicas interessantes, que estão presentes em todos os jogos da saga, como usar o poder dos chefes que você derrotava”, enaltece.
Porém, não é apenas diversão que constitui o mundo nerd. Também há diversos aprendizados a serem colhidos das diversas mídias que constroem esse universo. Já que tudo o que as pessoas consomem, ajuda a moldar seu caráter.
“Toda história tem algo para ensinar. Grande parte dos jogos possuem uma certa dificuldade. Com isso, acredito que para uma criança ou jovem, seja muito bom passar pelo processo de ir jogar, errar e tentar de novo até passar. Isso nos ensina a sermos resistentes e buscarmos melhorar”, destaca Bruno.
Para o estudante, apesar de parecer algo bobo, comparar a vida real à uma fase de videogame, o importante é o que se aprende com o que ela proporciona.
“Tem várias histórias que eu consumi e que me ensinaram diversas coisas. Nós acabamos nos inspirando e nos identificando com personagens e por consequência, aprendemos a lidar com situações do dia a dia”, finaliza.