Amor incondicional, preocupação com os filhos e medo do futuro, são alguns dos sentimentos comuns na rotina de mães. Porém, tais sensações podem se intensificar quando o filho é atípico. Esse é o caso da professora Gislene Nuremberg Búrigo, mãe de Augusto César, que é autista, e de Marinalva, mãe de Maria Luiza, que possui uma deficiência intelectual. Tanto Augusto quanto Maria são alunos do instituto de educação especial Diomício Freitas.

“Uma mãe quando engravida cria expectativas, quer que venha um filho saudável, e como o meu primeiro filho já havia falecido quatro horas após o nascimento, eu engravidei do Guto e já tinha uma expectativa que tudo ia ficar bem, mas não ficou na época”, disse Gislene. Ela ainda destacou que sentimentos de negação existiram sim, mas nunca falta de amor, e apoio da família.

A mãe de Guto, começou a perceber os sintomas quando ele era bebê, e observou que o filho não reagia a alguns estímulos e não firmava a cabeça. “Já me chamou atenção o fato dele ser hipotônico, quando ia trocar fralda ele ficava molinho”, explicou.

Conforme Guto foi crescendo, ficava cada vez mais claro para Gislene que ele possuía algumas dificuldades de aprendizagem na escola regular, e, depois de acompanhamento com pediatras, psicólogos e fonoaudiólogos, a criança recebeu o diagnóstico de autismo e epilepsia aos seis anos.

Já no caso de Marinalva, os primeiros sintomas começaram a ser notados um pouco depois, quando a filha tinha 4 anos e frequentava a creche. Percebeu que Maria Luiza ainda não tinha desenvolvido a fala e foi em busca de orientação profissional. “A professora viu que ela tinha algo, pois não falava com ninguém, não interagia, só chorava, foi quando levei ao médico e descobri que ela tem uma deficiência intelectual”, apontou.

Apesar do susto, a mãe ficou aliviada, pois o diagnóstico facilitou a comunicação com Maria Luiza. “Pra mim foi muito bom, pois todos os dias aprendo um pouco com ela. Porém, até eu descobrir o resultado eu sofri muito, foi difícil”. Assim como Augusto, Maria Luiza fez acompanhamento com psicólogo e fonoaudiólogo.

Foi no Instituto Diomício Freitas que as mães encontraram um local em que os seus filhos pudessem ter acesso a inclusão, um ambiente seguro para aprender e socializar.

“Na época eu já conhecia o Instituto Diomício Freitas, já sabia do conceito de excelência que ele tinha na cidade, e entrei em contato”, disse Gislene. Após o homem ser avaliado, começou a frequentar o local.

Apesar da preocupação com a adaptação do filho, a professora acabou se surpreendendo. “Eu tive a sensação de que aqui [no instituto] ele encontrou os pares, o contato com outros colegas, mais interação”.

Para Marinalva, a experiência de Maria com relação ao Instituto, se tornou um importante passo para o seu desenvolvimento profissional. O IEE incentivou na aluna a sua independência e a direcionou ao mercado de trabalho.

Para frequentar o local, Maria Luiza aprendeu a andar de ônibus com a mãe e, depois, ingressou no mercado de trabalho. “Daqui em diante ela só evoluiu. O Diomício ajudou ela a entrar em um emprego, já faz uns sete meses que ela está ali já e ela é uma menina muito dedicada, só tem elogios dela”, conta a mãe.

O Instituto atende jovens e adultos há 39 anos e está localizado na rua  Lúcia Milioli, 211, bairro Santa Bárbara, em Criciúma. 

(O texto: Mães Atípicas é um Trabalho de assessoria voluntária da disciplina de Assessoria de Comunicação, do curso de Jornalismo do Centro Universitário SATC, sob a supervisão da professora Nádia Couto)