A história do mês de prevenção ao suicídio originou-se a partir da morte de um jovem no seu Mustang 68. Em 8 de setembro de 1994 o norte americano Mike Emme tirou sua própria vida. Meses antes, aos 17 anos, ele comprou um Ford Mustang 1968. Sua paixão por mecânica fez com que reformasse e pintasse o carro de amarelo brilhante. O jovem tinha um coração bondoso, sempre ajudava as pessoas que o procuravam, por isso ficou conhecido por “Mustang Mike”.

No seu velório, pais e amigos fizeram frases em cartões incentivando as pessoas a procurarem ajuda e amarraram esses cartões em fitas amarelas. No final todas as 500 fitas já tinham sido pegas. O dia 10 de setembro ficou marcado como o dia mundial da Campanha contra o Suicídio.

A iniciativa se espalhou por outros países e foi adotada no Brasil em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). “O Setembro Amarelo é o movimento de acolhimento e reconhecimento da incompreensão perante o sofrimento emocional. Durante a história da humanidade às emoções foram reprimidas pela crença da fragilidade do Ser”, comenta a psicóloga Marcia Helena Pereira Fedalto.

Conforme a especialista, seria importante manter a prevenção o ano inteiro. “Sejamos Amarelo nos 12 meses pelas pessoas que estão em sofrimento emocional e se sentem sozinhas e incompreendidas. Juntos podemos espalhar o conhecimento sobre transtornos emocionais e como afetam nosso dia a dia, promovendo a qualidade de vida”, ressalta a profissional.

Uma história que inspira e faz refletir

A história de Mike trouxe a visão de que muitos sofrem calados por medo de serem julgados pela sociedade e procuram os piores meios como solução.

“Muitas pessoas ainda acham que depressão é falta de fé, falta de ocupação na mente, ou até mesmo desculpa para não fazer atividades do dia a dia. E os trabalhos realizados durante o Setembro Amarelo alertam mais pessoas para observar seus familiares e pessoas de seu convívio diário”, diz Katlen Ricken, técnica de enfermagem.

As campanhas são formas de ajudar e orientar pessoas a reconhecer quem precisa de apoio. “Eu acredito no impacto dessas campanhas porque geralmente são passadas informações de uma forma mais simples, o que facilita o entendimento da população. Outra coisa que tem grande impacto é a informação dos sinais e sintomas de doenças mentais. Pois muitas pessoas não imaginam que seus sintomas físicos podem ser causados por uma doença mental”, ressalta Katlen.

*Texto da acadêmica Raquel Formigoni, produzido na disciplina de Texto Jornalístico +. Essa reportagem faz parte do projeto de prevenção e apoio à Rede de Proteção à Vida de Criciúma.