Unir amigos e família para um dia de diversão é apenas uma das características da festa junina, que apesar de ter sua essência multicultural, a época tem seu significado também como um símbolo religioso. Como é o caso das igrejas católicas, que neste mês celebraram Santo Antônio (13), São João Batista (24) e São Pedro dia 29 de junho.  

Segundo o Padre Jonas Emerim Velho, essa tradição iniciou de forma espontânea por meio do povo cristão. Ele ainda explica que as festas juninas não precisam ter necessariamente relação com a religião católica, embora as duas estejam unidas nas celebrações da igreja.  

“Os alimentos, decorações e roupas que as pessoas costumam usar nas festividades, não possuem sentido religioso e sim cultural. Mas dentre todas essas tradições que vimos durante as festas juninas, temos a fogueira, que então sim, é relacionado a igreja”, explica o Padre. 

De acordo com Emerim, a fogueira é o maior símbolo religioso da festa junina, levando a recordação do nascimento de um dos santos cultuados pela igreja católica, São João Batista.  Ainda segundo o padre, 

esse significado veio por meio do dia 24 de junho, que é o maior dia no hemisfério sul e maior noite no hemisfério norte. 

“Nós lembramos então da fogueira na festa de São João Batista, recordando que ele veio trazer a luz e preparar o caminho para Jesus Cristo o salvador. Neste caso, ele aponta para luz que é Jesus, então a fogueira representa a luz”, pondera Emerim.   

A tradição das festas entre famílias  

Guloseimas, decorações colorias, fogueira e roupas ‘jecas’, são algumas das características que compõe uma festa junina. Para a família Mendes, a época ficou marcada pela celebração, que é realizada todos os anos. A ideia de reunir amigos e parentes para comemorar surgiu em 2013 e desde então vem sendo uma grande tradição. 

“Começou como algo pequeno e desde então, ela é planejada com muito carinho todos os anos, com exceção no período da pandemia. Hoje em dia ela é uma festa grande, este ano, por exemplo, completamos 10 anos desde que iniciamos e estimasse a presença de aproximadamente 150 pessoas”, comenta uma das organizadoras Gabriella Nunes Mendes.  

Segundo Gabriella, por se tratar atualmente de um evento onde envolve muitos preparativos, o planejamento de toda festividade fica mais difícil, entretanto, os cargos são distribuídos entre os familiares. “Os principais responsáveis são o meu pai e minha madrinha que cuidam de tudo um pouco, minha avó cuida do preparo de alguns dos alimentos, assim como minha mãe, que também cuida da parte financeira e assim vai indo, cada um contribuindo de uma forma, tornando possível o desenvolvimento da festa”, explica.    

Todo o envolvimento dos parentes para organização da festa, une ainda mais os familiares. Para Gabriella, as brincadeiras, decorações e as comidas fazem parte da essência de uma verdadeira comemoração da época. Apesar de se tornar trabalhoso e cansativo, essa data fica marcada justamente pela ajuda de todos. 

“As coisas se tornam mais leves e acaba sendo gostoso toda essa fase de preparo. Eu mesma acabo preferindo todo esse processo que antecede a festa. E lá é um momento no qual é reunido todos em prol do lazer e sair da rotina. Poder compartilhar algo que foi construído em família com os convidados e receber tantos comentários positivos pós festa é gratificante e sentimos que o dever foi cumprido”, declara Gabriella.