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Atualmente vive-se um momento de transformação dos métodos de educação. O aluno moderno encontra dificuldade de adaptação com as técnicas tradicionais de ensino utilizadas em sala de aula.
Novos métodos de ensino, chamados desejáveis, são uma das alternativas que começam a aparecer e mostram-se necessários para esta nova geração de “pessoas plugadas” para melhorar os indicadores de qualidade do ensino público e privado.
Pode-se observar esta necessidade através dos resultados divulgados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, abreviado pela sigla inglesa PISA (Programme for International Student Assessment), que trata de uma iniciativa internacional de avaliação comparada, que busca medir o conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências dos estudantes tanto de países membro da OCDE como de países parceiros.
No resultado do PISA 2018, a média da pontuação obtida pelos alunos dos países membro da OCDE foi 487 pontos em leitura, 489 pontos em matemática e 489 pontos em ciências, enquanto o Brasil obteve 413, 384 e 404 pontos respectivamente.
Este problema detectado pelo PISA é relatado por inúmeros educadores referente as dificuldades do processo de aprendizagem nas disciplinas de ciências exatas e sociais aplicadas que compõem a estrutura curricular do ensino médio.
Como os alunos veem a educação?
Tomando como exemplo o ensino da Física ou Matemática, que são as disciplinas com um dos maiores níveis de reprovação no Ensino Médio, na maioria dos casos o conceito é apenas repassado, as equações são postas no quadro, e o aluno deve imaginar como aplicar isto em seu dia a dia, causando o desinteresse pelo ensino, e criando um aluno que estudou apenas para passar de ano não visualizando sua aplicabilidade no mundo que o cerca.
Esta aversão resulta no baixo rendimento dos alunos nas disciplinas, bem como uma imagem errônea e negativa a respeito das ciências exatas e sociais aplicadas, reduzindo expressivamente o interesse dos alunos do ensino médio em cursar graduações nas áreas das exatas como engenharias e Física.
Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação, trata-se de formar os indivíduos para aprender a aprender, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua transformação da base tecnológica.
Aplicação de novas metodologias de ensino
As instituições de ensino necessitam repensar a maneira de fazer a abordagem dos conteúdos, pois, hoje o aluno é muito mais crítico devido a este acesso a redes de mídia, com recursos audiovisuais, e, em muitos casos pode estar visualizando informações e conteúdo que nem mesmo o professor está ciente que existam garantindo que todos os alunos utilizem seu potencial de aprendizagem para alcançar as expectativas propostas pelo currículo escolar.
Apesar de algumas dificuldades apresentadas pelos professores, é necessário que procuremos criar oportunidades para que o ensino experimental e o ensino teórico se efetuem em concordância, permitindo ao estudante interagir conhecimento prático e conhecimento teórico.
Para que o aluno tenha interesse e aprenda com a prática, são necessários experimentos que facilitem o processo ensino/aprendizagem, onde o conteúdo desenvolvido seja visualizado, experimentado em um laboratório, ou até mesmo na própria sala de aula.
Aprender fazendo
Com isto o nível de apropriação do conhecimento se torna satisfatório, pois haverá uma relação direta com a prática, com o que se vivencia em suas casas, ou em alguma outra aplicação cotidiana fomentando nos alunos o senso de colaboração, motivação, autoconfiança, compromisso e autonomia.
Desta forma, técnicas, ferramentas, equipamentos e infraestrutura voltada a materialização destes experimentos para os professores, ou para a validação das soluções propostas pelos alunos se faz necessário.
No contexto explanado acima, os ambientes Makers tornam-se naturalmente a resposta para esta demanda latente nas escolas, seja pelos seus recursos disponíveis, mas também pelo incentivo ao aluno no desenvolvimento de suas competências e atitudes.
Daniel Fritzen
Doutor em Metalurgia, Professor e Pesquisador do Centro Universitário UniSatc, Coordenador do Laboratório de Prototipagem e Novas Tecnologias Orientadas ao 3D, PRONTO 3D.