Imagem ilustrativa: AdobeStock
O mundo das organizações está vivendo transformações radicais. Em um mundo onde artefatos se tornam cada vez mais inteligentes, conectados e autônomos, nos perguntamos, muitas vezes em tom desolador, qual será o papel dos humanos dentro da cadeia produtiva. Como o Design entre nisso tudo?
O Fórum Econômico Mundial vem discutindo esse tema já há alguns anos e um consenso é que não existe um único consenso sobre como, de fato, os empregos serão afetados em sua totalidade. Há, no entanto, um ponto comum: neste novo cenário serão extremamente necessárias desenvolver novas competências e habilidades.
Quero destacar três delas:
A criatividade, a capacidade do ser humano de ser inventivo, inovador, de resolver problemas explorando novas formas de fazer e buscando novos resultados inesperados e surpreendentes. Ser criativo é uma característica humana insubstituível.
A capacidade de lidar com problemas complexos. Problemas complexos são diferentes de problemas complicados. Eles não são problemas que possuem muitos pedaços que se encaixam, mas sim aqueles problemas sistêmicos que afetam de forma multidimensional os diversos atores que fazem parte do contexto em que se insere o problema. Problemas complexos são multifacetados e multidisciplinares, eles são inéditos e não possuem soluções únicas.
A capacidade de emocionar. A emoção é o que faz os humanos mais humanos. Thomas Philbeck defende que, cada vez mais, despertar a emoção das pessoas será um fator crucial para se destacar em um mercado ultracompetitivo.
É isso que o design faz
Lidar com problemas complexos com criatividade e despertando emoções.
No contexto em que vivemos, o design se torna cada vez mais importante para as organizações. É inegável que o design está presente ativamente no desenvolvimento de sistemas de ofertas como produtos e serviços em suas distintas manifestações como mercadorias, identidades e interfaces.
O design, no entanto, tem se tornado cada vez mais essencial para a elaboração de estratégias para apoiar a tomada de decisões. Nessa abordagem o design se desloca para desenvolver uma abordagem estratégica dentro de organizações. Ela faz uso de suas habilidades e competências, e especialmente, a forma de pensar do designer para construir contextos criativos propícios para lidar com os desafios que as organizações enfrentam.
O design estratégico propõe que o design seja onipresente e parte indissociável das organizações e compartilhado com todos os seus stakeholders.
O jeito como o design lida com problemas complexos, com criatividade e despertando emoções, passa a ser imperativo para todas as profissões, especialmente àquelas que lidam com tomada de decisões estratégicas.
Todos podem desenvolver habilidades e competências do design
E aí? Você está preparado para as transformações que as organizações estão vivendo? E a sua organização, está preparada?
Felipe Kanarek
Mestre em design, coordenador da pós-graduação em Design Estratégico e Branding UniSatc.