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O que se sabe é que o Gestor de Tecnologia da Informação já passou por diversas transformações, sejam elas no modo como operacionam o departamento de TI até a necessidade de promover a tecnologia dentro das organizações. Houve um tempo de fortes discussões lá no início dos anos 2000 de que os cursos da área de tecnologia deveriam preparar esse profissional de maneira mais gerencial.
Inclusive não é incomum encontrar Gerentes de Ti que não são de tecnologia, já que esse profissional normalmente é “hard”, duro mesmo, não possuindo as habilidades necessárias que competem a qualquer Gestor.
Não precisamos aqui destacar o mercado de tecnologia como difícil de acompanhar, até porque desde o boom da Internet com as novas tendências, esse profissional deve-se reinventar todos os dias, se não vem a “gurizada tratorando”.
Esse cara já trabalhou no CPD (Central de Processamento de Dados), evoluiu para usar tecnologias diferentes, chegou inclusive em algum momento a ser chamado de CKO (Chief Knowledge Officer), detentor do conhecimento.
A zona de conforto já deixou de ser há algum tempo a sua melhor maneira de ser, independente de nível hierárquico o Gestor de TI, CIO, CTO, Coordenador, o que for, o que não pode é esperar a demanda vir na sua porta, ou manter a porta trancada utilizando um controle de acesso na mesma.
Perfil do profissional
Esse profissional deixou de ser apenas o bom técnico para se tornar comunicativo, e/ou que está circulando nos departamentos das empresas para poder alavancar projetos e fazer a “coisa acontecer”. Essas competências aqui destacadas retratam o movimento de carreira do início da década. Mas, esse profissional, o tal CIO, mais uma vez está passando por uma revolução.
Os negócios nascidos digitais, estão provocando mais uma grande mudança na carreira desse profissional, Transformação Digital, Inovação, Digitalização, Disrupção. O CIO deixou de ser CIO – Chief Information Officer tendo que se transformar Chief Innovation Officer. Tendo que olhar para dentro da sua TI e ver que a forma de pensar estava errada, sendo a TI uma ferramenta para alavancar o negócio e não a burocratização para que a inovação não aconteça.
Todas as competências hards aprendidas no decorrer dos seus anos de trajetória não são páreo para um profissional que precisa lidar com gente, números e ainda mais com esse novo cenário chamado de Inovação Disruptiva. O pipe só aumenta, a equipe não dá conta, o turnover é alto, os talentos não ficam já que o mercado paga muito bem.
Mercado de trabalho da tecnologia
Quando se fala de retenção de talentos o problema se agrava, a mão-de-obra sendo a peça mais importante do departamento de TI. Raro encontrar um departamento ou empresa de tecnologia com mão-de-obra disponível.
As novas gerações chegam ao mercado de trabalho querendo usar as tecnologias novas (Stacks), que os grandes players usam. Mas, qualquer empresa tem aquele “sisteminha” legado, que dá aquela dor de cabeça. Olhando novamente para si, se sente mais uma vez defasado, surgindo formas de fazer e tecnologias novas a cada dia que passa.
No início dessa última década a área de TI era tradada como caixa preta. O Gestor de TI deveria sair da sua mesa e ir conversar com as áreas de negócio buscando atender as necessidades destes. Agora em 2020 a caixa preta já deve estar aberta, se não estiver, esse Gestor está pelo menos uma década atrasado. A TI deve estar provendo soluções dos problemas de maneira eficiente, retendo talentos e deixando de lado a tecnologia defasada. Esse
Novos gestores de tecnologia
Gestor tem que ser 5.0, tendo o papel de olhar para as pessoas, fazer a TI mais humana, de se consolidar como papel imprescindível para promover a Transformação Digital na estratégia do negócio, e não a Digitalização ou paperless. Deve prover ao nível estratégico as mudanças necessárias para utilizar os dados e os números com um olhar de melhoria na estratégia do negócio.
Somente dessa forma esse profissional mais uma vez se reinventa e talvez deixe de ser o CIO, CTO, CKO para ser o qualquer outro C-level, mas com olhar humano, aberto a inovação de fora e dentro da sua equipe, exigindo que a criatividade e habilidades de comunicação sejam habilidades importantes para membros de sua equipe, independente da tecnologia que ele domina.
Tornando-se um Gestor de Tecnologia da Informação 5.0 você se permite a olhar menos para o “Hard” e olhe mais para o “Soft” e não é de “Ware” é de “Human”.
Gustavo dos Santos De Lucca
Coordenador dos cursos de pós-graduação em Gestão de Tecnologia 5.0 e Engenharia de Computação na UniSatc.