Desde o início da pandemia do coronavírus, setores econômicos sofreram impactos sérios. O setor de eventos e os artistas circenses estão nos grupos que foram mais afetados economicamente. Parado há mais de um ano o circo Rakmer enfrentou dificuldades, mudou de cidades, viu reduzir a quantidade de shows e escassez de público. Desde dezembro de 2020, o circo está em Criciúma. São 10 crianças e 40 adultos no grupo circense.

Sem suporte, os artistas contaram com o apoio da população para receber alimentos. De acordo com Jeferson Rakmer, proprietário do circo, os moradores de Criciúma e da região doaram cestas básicas. “Além de nós há mais cinco circos na região sem nenhum apoio. Logo após a ajuda da comunidade nós conseguimos dividir as cestas básicas com os outros circos”, relatou Jeferson.

Hoje, o circo Rakmer está acomodado no terreno ao lado do Ginásio Municipal de Esportes Irmão Walmir Antônio Orsi, em terreno liberado pela Prefeitura de Criciúma, mas sem a estrutura montada. Apesar das contribuições o grupo circense procura por trabalhos temporários. “Nós vendemos bolas, pipoca e algodão-doce pela cidade. Se alguém puder nos ajudar, estamos em busca de trabalho temporário, tem gente indo a Tubarão trabalhar como servente de pedreiro”. 

Apesar de ficar por meses impedidos de realizar espetáculos, as responsabilidades financeiras sobre a empresa circense continuam. “Estamos há um ano parados, como que você consegue pagar seus impostos? Pagar IPVA desses carros? Nesse país ninguém tem dinheiro sobrando, só os grandes, não a minoria. A gente tem que trabalhar hoje para poder comer amanhã”, informou o empresário.  

Por causa da pandemia eles podem realizar espetáculos com público de 25% da lotação máxima, mas mesmo assim a comunidade ainda tem receio de frequentar esses locais. “Estamos com pouco público, sempre meio devagar porque o pessoal ainda tem medo. Temos noção da situação atual e total empatia as pessoas que perderam seus entes queridos, mas precisamos trabalhar”.

O decreto nº 1.218, de março de 2021, estabeleceu critérios de ocupação para a realização de espetáculos no território catarinense. “Existem Prefeituras que estão interpretando mal o decreto. Eles precisam entender que circo não é balada, aqui tem gente lutando pela sobrevivência, são famílias. A diversão é fundamental em tempos difíceis, ela pode até não ser considerada essencial, mas é necessária”, ponderou.

Segundo o empresário, as medidas preventivas e os protocolos estabelecidos estão sendo adotados pelo circo, para garantir um espetáculo de qualidade ao público. “Peço a todos que abracem os circos nesse momento, pois são famílias. São gente precisando de ajuda. Precisando trabalhar e dentro dos conformes, dentro do protocolo de segurança que foi estabelecido pelo estado”, destacou.

Para contratar apresentações ou contribuir com o circo Rakmer, acesse as redes do grupo.