Uma febre nas redes sociais, os famosos ruídos podem trazer estímulos ao cérebro de acordo com a cor escolhida. Existem mais de cinco tipos de ondas cerebrais que trabalham como se fossem uma espécie de música, são frequências com ondas mais baixas e algumas mais altas. A psicóloga, Camila Goulart, explica que cada tonalidade não é por acaso, ruído rosa, branco e marrom são mais conhecidos, mas ainda existem uma infinidade de cores com ruídos específicos. 

“As cores de som são extremamente ligadas a psicologia das cores. Branco por exemplo, remete calma, paz. Agora se você pegar o preto, vem em mente medo, solidão. O vermelho é algo mais vivo, pode remeter a energia, paixão, perigo. E considerando isso, nos sons não é diferente. Muitas vezes o que ocorre é que conforme o direcionamento que aquele som precisa ter, a cor complementa”, contextualiza Camila. 

Pesquisa realizada na Alemanha comprova a melhora na memória em decorrência das frequências sonoras 

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Tübingen, na Alemanha, buscava entender a capacidade de reforçar a memória ao dormir, escutando músicas as quais são “sincronizadas” com os ritmos das oscilações cerebrais lentas, que tendem a aumentar. A instituição conduziu testes com 11 pessoas em noites diferentes, as quais foram expostas a estímulos sonoros precisos ou estímulos falsos, sem a conexão com o ritmo das ondas neurais. 

 Quando expostos aos sons que estavam em sincronia com o ritmo das oscilações lentas do cérebro, os participantes conseguiram se lembrar mais de associações de palavras que tinham aprendido na noite anterior. A estimulação fora de fase com o ritmo do cérebro não produziu melhorias na memória. Os pesquisadores acreditam que essa abordagem também possa ser usada para melhorar o sono, e não apenas a memória. 

“A beleza está na simplicidade de aplicar a estimulação auditiva em baixa intensidade – uma abordagem que é prática e ética, se comparada, por exemplo, com a estimulação elétrica- e, portanto, cria uma ferramenta simples para ambientes clínicos para melhorar o sono,” disse o Dr. Jan Born, da Universidade de Tübingen em entrevista publicada pelo porta  Diário da Sáude. 

Famoso nas redes sociais, brown noise ajuda com noites de sono e concentração 

 A psicóloga Camila explica que o Brown noise (ruído marrom) é diferente do ruído branco. Quando o branco contém todas as frequências em si, como por exemplo o barulho da chuva, o ruído marrom pode oferecer calma, remetendo a conforto como o barulho o som suave de areia. “O brown noise tem uma certa gravidade maior, é um som com frequência baixa e profunda. O que marrom nos remete? Terra, montanhas, cavernas”, comenta Camila.  

Para a acadêmica Tauane Mello, a busca pelo uso de frequências sonoras foi devido a melhoria em seu sono e até mesmo facilidade para ele, além de concentração por meio do som. “Nunca tinha passado por essa experiência, já tinha tentado outros métodos como vídeos, ou técnicas de respiração e nenhum deles tinha funcionado quanto o ruído marrom, e me ajuda a dormir melhor, parece que eu me concentro no som e minha mente esvazia”, comenta. Tauane ainda expõe que já indicou as frequências sonoras por sua funcionalidade ter realmente a ajudado. 

Ondas sonoras ainda podem ajudar a acalmar   

Além de auxiliar na melhoria da memória e qualidade do sono, as ondas podem ser utilizadas para o relaxamento e um meio de poder ter calma e maior controle corporal. 

 “A onda azul tem como propósito relaxar. É uma cor intimamente ligada ao sono, descanso. Utilizada com frequência para auxiliar em insônia. Com ela normalmente vem acompanhada de céu, mar, rio, ou mesmo nosso espaço e as luzes do céu. Já o verde costuma ser utilizado como uma forma de se acalmar, porém sem perder o foco. Costuma estar ligado a natureza, animais, onde mesmo a gente estando relaxada precisa se manter atento aos detalhes”, finaliza Camila.