A delegação que participou de viagem técnica à Pensilvânia (EUA) para visitar projetos que envolvem a recuperação ambiental de áreas mineradas já retornou ao Brasil. Na bagagem, a experiência de ter conhecido de perto 12 projetos de recuperação, três de drenagem ácida de mina e uma usina térmica que usa rejeitos antigos do minério como combustível.
O roteiro a Pittsburgh foi coordenado pelo presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Luiz Zancan. “Ficou evidenciado que o modelo de recuperação ambiental da Pensilvânia pode ser uma referência para as ações que estão sendo feitas em Santa Catarina. O que está sendo realizado no Brasil está alinhado com os procedimentos nos Estados Unidos”, ponderou Zancan.
Participaram da viagem técnica representantes da indústria carbonífera regional, o secretário de geologia e transformação mineral do Ministério de Minas e Energia, Pedro Paulo Dias Mesquita, profissionais do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), e integrantes da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Outros pontos importantes do roteiro incluíram conhecer os programas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico promovidos pelo Departamento de Energia norte-americano no National Energy Technological Laboratory (NETL) e da West Virginia University. Conforme Zancan, no NETL foi possível entender melhor os projetos que envolvem a produção de hidrogênio branco, novos produtos a partir do carvão, captura e armazenamento de CO2 (CCUS), pesquisas com terras raras a partir do minério, entre outros pontos.
“Ficou evidente a necessidade da ABCM fomentar a parceria com o NETL para desenvolver projetos de interesse do setor carbonífero, em especial a recuperação de terras raras, o CCUS e a gasificação em pequena escala”, afirmou Zancan.
Iniciativas podem ser aplicadas pelo setor carbonífero na região
Para o presidente da ABCM, a visita atingiu seus objetivos ao provocar uma discussão sobre o projeto de recuperação ambiental em curso em Santa Catarina. Isso vai contribuir com o Programa de Carvão Sustentável apresentado pelo Governo Federal na Portaria 540/22.
“A visita demonstrou a necessidade de um maior apoio para o desenvolvimento de pesquisa e inovação para o uso do carvão compatível para um mundo de baixo carbono, reduzindo a sua pegada de carbono e gerando novos produtos com maior valor agregado. Importante ressaltar o exemplo dos Estados Unidos na condução de políticas de transição energética”, ressaltou.