Apesar de não ser mais obrigatório o uso de máscaras desde março no estado de Santa Catarina, ainda há quem continue usando como meio de segurança em relação a continuidade da circulação do vírus. No estado, desde o início da pandemia de Covid-19, deflagrada em março de 2020, 1.760.430 pessoas pegaram a doença, e 21.899 morreram.
Os números de contaminados está reduzindo, mas a prevenção segue importante. Josilane Redivo ainda não se sente segura em deixar a máscara de lado, principalmente em ambientes fechados e com algum tipo de aglomeração. “Me preocupo. Acho que deveríamos ainda usar em locais fechados por mais um tempo, ou as pessoas que estão com resfriado deveriam usar para trazer mais segurança tanto para si mesmo, como para os outros”, comentou a recepcionista.
Já para Marilene Pereira, auxiliar de serviços gerais, o uso da máscara deveria ser mantido pelo vírus ainda estar em circulação. “Uso a máscara desde o início da pandemia. Agora contínuo pois sou gestante, estou no 7º mês, procuro me proteger porque agora somos dois”, afirmou Marilene.
O uso das máscaras é defendido pelos especialistas na área da saúde. O médico Celso Menezes, especialista em Medicina Interna e Pneumologia, defende que a continuidade do uso de máscaras tem muita importância, principalmente no inverno.
As máscaras não protegem somente da Covid-19, mas também de viroses, influenzas de diversos subtítulos e vírus respiratórios. “A máscara protege inclusive quando a pessoa está resfriada, ou com qualquer tipo de virose. O uso nesse momento que estão circulando viroses é muito importante, é uma questão de proteção”, ressaltou Menezes.
Aumento de doenças respiratórias no inverno
A passagem de ondas de frio e as quedas nas temperaturas provocam ações no corpo. Conforme o médico, causa uma ação no epitélio do aparelho respiratório que traz imobilidade ciliar, um mecanismo de proteção mecânica para o aparelho respiratório que retira todos os resíduos e bactérias do organismo. ”É um organismo de defesa, como uma espécie de toilette das vias respiratórias. Então, isso facilita também que a pessoa tenha mais contato e contraia o vírus do ambiente”, explicou Menezes.
O número de doenças relacionadas com o sistema respiratório vem aumentando decorrente da queda das temperaturas na região. Algo bem recorrente nesta época do ano é a imunidade baixa que reduz as defesas e traz mais facilidade da propagação e desenvolvimento do vírus no organismo. “O frio também causa irritação nas vias respiratórias, produção de muco nasal, substância que favorece o desenvolvimento de micro-organismos nas vias. Essa é a principal causa pelo grande problema respiratório no inverno”, apontou o médico.
O pós-lockdown não vem sendo apontado como real problema pela baixa imunidade da população. Segundo Menezes, o organismo de adultos reage a falta de exposição decorrida na quarentena por ser um curto período em que o metabolismo não mudaria drasticamente, o que não acontece necessariamente nas crianças.
“Notamos que após a volta as aulas do lockdown as crianças estão contraindo gripe com mais frequência por eles entrarem em contato com os vírus que os colegas estão trazendo na sala fechada e aglomerada”, comentou Menezes.