Em 14 de junho se comemora o Dia Mundial do Doador de Sangue, que tem como intuito aumentar a conscientização sobre a necessidade da doação. Um gesto simples, mas que transforma a realidade de quem precisa diariamente de transfusões sanguíneas e o único meio de conseguir é por meio da solidariedade das pessoas.
De acordo com o coordenador da divisão técnica do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) de Criciúma, Rafael Luiz da Silva, o ato solidário da doação de sangue pode auxiliar a recuperação de muitas pessoas. “Somente na região sul do estado, de Tubarão a Passo de Torres, são 26 hospitais e clínicas que consomem uma média de 2.500 hemocomponentes ao mês. Muitos procedimentos médicos, cirurgias e atendimento a pacientes com câncer dependem de sangue humano e por isso ele é muito necessário”, informou o coordenador.
Lembrar sobre a importância de ir aos hemocentros é tarefa constante. Para o doador Jean Pierre da Silva, seria interessante ter mais locais. “Eu doo quando tem alguma campanha, ou quando me chamam para doar a algum conhecido ou amigo. Poderia ter outros espaços de doação mais próximos e horários mais estendidos”, ressaltou Jean Pierre.
A quantidade diária de doações no Hemosc de Criciúma é flutuante. O ideal seria 60 voluntários doando todos os dias, para atender a demanda. Mas isso nem sempre ocorre. Conforme o coordenador, a estimativa é que, em breve, esse número necessário suba para 75, em média.
“Percebemos redução nas tipagens sanguíneas “A” e “O”, principalmente do tipo O negativo. Aqui no hemocentro possuímos projetos com empresas, escolas, mídias sociais. Envio de e-mail, ligação, WhatsApp e coleta externa em Municípios da região, com incentivo à doação. Principalmente a população de Criciúma precisa ser estimulada para realização de doação de sangue”, completou Silva.
Desinformação impede novo doador de sangue
Muitos não entendem a importância da doação de sangue. Ou ainda possuem algum tipo de receio, preconceito ou até mesmo medo. “É uma alegria poder contribuir de alguma forma, estar ajudando as pessoas que necessitam da doação. Mas eu acho que deveria ter mais divulgação, mais lugares e horários diferenciados para a captação e doação”, ressaltou Jean Pierri.
Todo o procedimento da doação é feito com materiais descartáveis em um ambiente adequado. O doador não é exposto a qualquer risco de contaminação. Além disso, o volume de sangue coletado é cerca de 450 ml o que é rapidamente reposto pelo organismo.
O material vai para exames em laboratórios. Após, a coleta é vai para os hospitais e clínicas para ser transfundido no paciente.
Depois da doação o doador é observado por um certo tempo, recebe orientações para que evite esforços físicos nas próximas 12 horas, que se alimente bem e quando o doador se sentir-se bem logo pode ser liberado.
Doar é um gesto de amor
O tempo médio de todo o processo de doação de sangue é de até 55 minutos. Os homens podem doar em um intervalo mínimo de dois meses, não ultrapassando quatro doações ao ano. As mulheres podem doar em um intervalo de três meses, sendo no máximo três doações ao ano.
“Quando o sangue é coletado, é realizado uma série de exames como Hepatite, Doença de Chagas, HIV e outros. Porém, só com os exames não é possível garantir 100% de segurança para quem irá receber o sangue. Isso acontece devido a um período chamado, janela imunológica. Então caso o doador tenha se contaminado há pouco tempo, os exames podem não detectar. Por isso, é muito importante a transparência durante a entrevista que precede a doação. Além de generosidade, doar sangue é um ato de responsabilidade”, relatou o coordenador.
Algumas exigências necessárias para a doação são ter idade entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 quilos, estar bem alimentado, apresentar documento emitido por órgão oficial com foto que permita a identificação do mesmo.