Em que etapa da vida o ser humano define qual caminho trilhar para construir sua carreira profissional? Normalmente, quando se é criança, passam inúmeras possibilidades na cabeça de o que ser quando crescer. Já na fase adulta, esses pensamentos, às vezes, acabam se tornando apenas memórias. Seria uma falha no percurso?
Na Satc, a chance de os sonhos se perderem no meio do caminho é, praticamente, nula. É que os alunos recebem suporte e são incentivados a apostarem em suas ideias desde o momento em que ingressam no ensino infantil do Colégio Satc, até quando concluem a jornada acadêmica, no Centro Universitário Satc (UniSatc).
A instituição, dia após dia, aposta em um ecossistema de inovação, que leva a ciência e a tecnologia para dentro das salas de aula. Além disso, o Centro Tecnológico Satc (CTSatc) oferece recursos que possibilitam que os estudantes estejam conectados a diferentes linhas de pesquisa e recebam suporte para entrarem no universo corporativo.
São iniciativas que aproximam os alunos das indústrias da região e também fomentam o empreendedorismo, facilitando o percurso para aqueles que queiram criar o próprio negócio.
Da tradição à inovação: Colégio Satc fomenta ensino inovador em todos os níveis do conhecimento
Proporcionar para crianças e adolescentes uma educação que de fato seja transformadora é um desafio. Mas no Colégio Satc a história dos alunos possui conexão construtiva a partir da infância e pode ser trilhada até a consolidação de uma carreira profissional. A educação dinâmica, prática e desafiadora faz parte de todos os níveis de ensino da instituição, que fomenta as habilidades individuais de cada um.
Seja dos três aos 18 anos, os alunos têm a possibilidade de aprender a partir de conceitos inovadores e que fogem dos padrões habituais. No formato de ensino-aprendizagem criado pela Satc, os alunos estão no centro da formação, desenvolvendo a autonomia e criatividade em diferentes fases da vida.
Do lúdico ao Metaverso, as aulas do Colégio Satc despertam o raciocínio lógico, a criatividade, o trabalho em equipe e o colocar a mão na massa. Para aplicar esses ensinamentos ligados à inovação e tecnologia, em 2018, a instituição incluiu na formação curricular do ensino infantil, fundamental e médio a disciplina de Tecnologias Aplicadas (TA).
Uma sala colorida, muito ‘Lego’ para montar, circuitos elétricos e um controle remoto na mão de uma criança como resultado de uma aula prática em robótica para alunos do 3º ano. O sorriso de satisfação ao controlar seu primeiro robô fica evidente no rosto da pequena Anna Beatriz Dário Silvino.
Programar os códigos, montar o esqueleto e unir sensores de movimento, tudo isso parece uma função desenvolvida por adultos, mas não no Colégio Satc. “Aos poucos nossos alunos foram construindo o saber e se deparam com áreas que geralmente não fazem parte do dia a dia deles, como a programação, eletrônica e robótica”, relata a coordenadora de TA, Andreia Mariot Scarduelli.
Para os pequenos cientistas se envolverem ainda mais com a temática e com o aprendizado por trás das teorias, foi desenvolvida uma didática atrativa a partir das ideias levantadas pela cultura Maker, conceito de ‘Faça você mesmo’.
Foco na vida pessoal e profissional
Em um mundo tão volátil e em constante transformação, para despertar a curiosidade e novas paixões em crianças e jovens é preciso ir além de informá-los sobre as profissões e especialidades. É necessário que esse aluno possa experimentar diferentes aprendizados e que em determinado momento da vida possa escolher qual caminho profissional e pessoal deseja trilhar.
“Queremos preparar nossos estudantes para os desafios reais do mercado de trabalho, pautando a aprendizagem de sala de aula com teorias e situações práticas em todas as áreas do conhecimento. E mais do que isso, queremos oferecer oportunidades em que eles tenham liberdade de escolha e que tenham visão ampla das novidades do mundo”, destaca a diretora do Colégio, Izes Machado Beloli.
Em paralelo aos ensinamentos focados na ciência, o ambiente escolar se torna um local de promoção e estímulo do movimento Maker. Independente da fase de aprendizagem, a palavra-chave para esse formato inovador de aprender é o protagonismo dos alunos.
“A aplicação de ações práticas das temáticas faz que com cada estudante possa despertar uma nova habilidade, o raciocínio lógico, criatividade, programação e até mesmo o pensamento computacional”, frisa Andreia.
Por isso, os ensinamentos do universo científico são apresentados desde cedo aos alunos da educação infantil da Satc. O primeiro contato dos pequenos no mundo da robótica na instituição, por exemplo, acontece na mesa de engrenagens, que trata de movimentos mecânicos e raciocínio lógico.
E o futuro, se pensa quando?
Escolhas. Em diferentes fases da vida o momento de fazer escolhas pode ser difícil. No entanto, ter autonomia para conhecer novas formas de se conquistar um futuro promissor, pode ser a chave para o sucesso dos jovens que ainda estão na fase escolar.
O atual momento da educação está ligado ao Novo Ensino Médio, que confirma, em sua proposta educacional, a preparação de cidadãos para o mundo. Por isso, as escolas precisaram implementar novas áreas de aperfeiçoamento. Nesse ponto, o Colégio Satc já saiu na frente, por oferecer cursos técnicos e ser referência na educação profissionalizante.
“A formação técnica que a Satc já possui, agrega ainda mais para essa reformulação do ensino por meio de ações práticas e experiências profissionais. Direciona, assim, os jovens para o mundo do trabalho. E os prepara para enfrentar os desafios contemporâneos nos aspectos da inovação, empreendedorismo criativo, autonomia e escolhas conscientes”, enfatiza Izes.
Para a coordenadora do Ensino Médio e Técnico do Colégio Satc, Adriana Just, utilizar recursos tecnológicos para planejar, desenvolver e apresentar soluções para os mais variados problemas é um ponto decisivo para a inserção do jovem na sociedade e no mundo do trabalho.
Da conexão com empresas ao fomento do empreendedorismo
A interação constante com o mercado de trabalho, seja com profissionais participando de aulas especiais, ou seja nas visitas técnicas e nas feiras de formação complementar, faz com que esse jovem entre no mercado de trabalho com uma visão diferente.
“Construímos um ambiente em que esse jovem de 17, 18 anos saia daqui com vivências de mercado, seja apresentando um projeto para uma banca de empresários, pensando soluções inovadoras para problemas reais da indústria ou seguindo no estágio em grandes empresas”, pontua Adriana.
Para incluir os jovens ainda mais em pautas que gerem impacto positivo para a sociedade, foi desenvolvido na instituição o projeto I9 a partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Signatário do “Movimento ODS Santa Catarina” desde 2017, o Colégio Satc assumiu o compromisso de mobilizar as pessoas para contribuírem com a melhoria da qualidade de vida da população
“A partir das aulas de Tecnologias Aplicadas, os alunos do 1º ano do ensino médio foram incentivados a buscarem soluções para as necessidades listadas pelo pacto global. Por isso, as turmas foram desafiadas a desenvolverem protótipos de aplicativos (apps) que pudessem sanar os problemas que assolam a sociedade mundial”, enfatiza a coordenadora.
Para o mais novo empreendedor de 17 anos, João Vitor Pandini, o desenvolvimento da iniciativa auxiliou no ganho de conhecimento na área de tecnologia, mas também o fez pensar em uma solução para o coletivo.
“O Charles.com está ligado com o ODS 4 ‘Educação de Qualidade’ e é um app que auxilia alunos do ensino médio no desenvolvimento da escrita para redações, algo que pode ser o ‘vilão’ dos vestibulares”, brinca o aluno.
O próximo passo para a concretização da ideia é a criação de fato da startup Charles.com com o apoio do ecossistema se inovação da instituição.
Um Centro Universitário com foco na criação de novos negócios
Implantar a inovação em todos os níveis de ensino é um desafio, mas que, com o tempo vai criando frutos. Esse é o exemplo dos acadêmicos Felipe Paes e Vinícius Ronchi, que cursam Engenharia Mecatrônica e Engenharia Mecânica, respectivamente, no Centro Universitário Unisatc.
Ao longo dos semestres e com o incentivo ao empreendedorismo dentro do curso, os acadêmicos, que já trabalhavam na área metalmecânica, começaram a perceber que um problema da indústria os incomodava e resolveram inovar, criando uma solução.
“O Vinícius já convivia e ficava incomodado com a organização da ferramentaria na indústria metalmecânica, por isso ele me procurou para montarmos uma solução. Conseguimos juntar nossos conhecimentos de cada curso para montar um hardware e um software para gerir essa organização na empresa”, relembra o engenheiro mecânico, Felipe Paes.
A ideia surgiu quando eles estavam na 9ª fase dos seus cursos, por isso, eles inscreveram o “projeto” no Cocreation Lab, a pré-incubadora da Satc. “Dentro da Satc trabalhamos essa parte de fazer com que os acadêmicos desenvolvam a ideia do empreendedorismo, isso ocorre paralelamente às disciplinas”, explica a coordenadora do Cocreation Lab, Pâmela Milak.
Aproveitando a ideia pré-incubada, na última fase do curso os estudantes realizaram o seu Empreendimento de Conclusão de Curso (ECC), com o mesmo objetivo de solucionar esse problema da indústria.
“Romper as barreiras do mundo acadêmico, fazer com que o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) seja, realmente, um momento útil para o aluno e, não somente um sacrifício protocolar que fica guardado em um canto na biblioteca sem que as pessoas percebam o valor da ideia. O ECC é um grande diferencial perante outras instituições”, realça o pró-reitor de Ensino e Extensão da UniSatc, Jovani Castelan.
Uma ideia que pode valer milhões
Ao fim de cinco meses no Cocreation, Paes e Ronchi criaram a “LogZ”, startup voltada para a indústria metalmecânica. O objetivo é implantar nas empresas um “armário para ferramentaria” (hardware) gerido por um software de organização.
“Através da nossa ideia, a empresa tem total controle de quantas ferramentas estão disponíveis, quais são essas ferramentas, quem solicitou a ferramenta, o horário que pegou e horário que devolveu, o que está em falta, entre outras informações. Facilitando e acelerando o processo dentro da fábrica”, conta Paes.
A LogZ já faz parte da incubadora Satc, o Colearning. Além disso, possui um parceiro direto da indústria e está negociando com outras empresas. A ideia foi tão bem aceita, que foi aprovada este ano para a primeira fase do Programa Centelha, de Santa Catarina.
O programa do governo é executado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (FAPESC), e é voltado à geração de novas empresas de base tecnológica, geração de inovações que sejam de interesses sociais e empresariais e à formação da cultura do empreendedorismo inovador.
O pró-reitor de Ensino e Extensão da UniSatc fala da importância de ideias que surgem dentro da academia serem chanceladas em nível estadual.
Com a chegada de parceiros e com o apoio tanto da UniSatc, quanto de órgãos do governo, a expectativa não poderia ser outra: o sucesso da empresa. “Esperamos crescer. Estamos incubados, fazendo visitas e recebendo feedbacks muito bons das empresas. Com esse incentivo a mais ficamos ainda mais empolgados com o nosso projeto”, exalta um dos fundadores da LogZ, Felipe Paes.
Suporte para a consolidação e o impulsionamento de startups
Após a receber a validação da ideia e dar os primeiros passos rumo à criação do próprio negócio, é hora de consolidar o projeto. E o Colearning – a incubadora de startups da Satc – é o lugar ideal para isso.
Foi essa a aposta do, hoje, empreendedor Augusto Mandelli. Ele é mais um que faz parte do time daqueles que iniciaram a jornada na Satc dentro do Colégio e concluíram no Centro Universitário. Mas para o engenheiro mecânico, a graduação foi apenas a primeira etapa.
O contato com um plano de ensino que tem como pilares a ciência, a tecnologia e a inovação, e o ambiente inovador da instituição fizeram Mandelli querer voar ainda mais alto. Com a ajuda dos professores, ele identificou no mercado um problema, teve uma ideia de solução e criou a startup Ada Lovelace.
A Ada Lovelace tem o intuito de transformar ideias em produtos tecnológicos. A startup desenvolve softwares e aplicativos de forma customizada, de acordo com as necessidades de cada cliente. Segundo o CEO, o negócio se destaca por atuar desde a concepção da ideia até o desenvolvimento do software ou aplicativo – que pode ser para web ou mobile.
“Inicialmente, observamos que havia muitos empreendedores com ideias de negócios, porém que não sabiam como transformar em produto. Depois percebemos que, com o crescimento da demanda por desenvolvedores, ficou mais difícil encontrar esses profissionais”, conta Mandelli.
A startup caminhou em passos largos e, atualmente, já possui um time de 14 colaboradores, atendendo grandes empresas. Mas a expansão dos negócios só foi possível porque o empreendedor recebeu o suporte da incubadora de startups da Satc. O programa presta mentorias e ajuda empreendedores a transformarem ideias promissoras em negócios.
A incubadora faz parte do programa de inovação do Centro Tecnológico Satc (CTSatc). Atualmente, com quase três anos de operação, o espaço incuba 20 startups e já alcançou um valor de faturamento de mais de R$ 1.8 milhão. Segundo o host do Colearning, Vicente Varela, a meta é atingir 40 startups até o ano de 2025.
A Satc desenvolveu uma metodologia própria para o Colearning, promovendo discussões conjuntas e mentorias para resolver problemas específicos. Para o CEO da Ada Lovelace, a assessoria recebida no local e o networking adquirido foram fundamentais.
“O conhecimento adquirido dentro da incubadora é o maior valor que ganhamos. Aprendemos a nos moldar com uma visão de mercado, de acordo com a necessidade do público. Além de sermos incentivados por uma onda de empreendedores que também estão no local”, realça Mandelli.
Pesquisas inovadoras e conexão com o setor industrial
Além de fomentar o empreendedorismo, o CTSatc abre espaço para que pesquisadores avancem no âmbito científico. E atuar com a pesquisa científica é algo que, há algum tempo, faz parte da vida do engenheiro mecânico Flavio Michels Bianchi.
Os desafios que essa rotina traz, foram motivadores para que ele deixasse um emprego estável na área de vendas para integrar, como bolsista, a equipe de um projeto de pesquisa. Mas isso já faz mais de dez anos. “Trabalhei dois anos como bolsista, depois fui integrado ao grupo de pesquisadores. Participei de treinamentos, aprendi e ainda aprendo muito”, revela.
O primeiro contato de Bianchi com a Satc foi como aluno. Ele chegou para cursar Tecnologia em Automação Industrial. Após concluir, viu que a área das Engenharias era algo que lhe encantava e partiu para cursar Engenharia Mecânica. No meio da graduação veio o convite para ser bolsista. “Era um projeto que estava iniciando, na área de gaseificação. O fato de ter feito um intercâmbio fora do país e falar inglês foi importante”, afirma ele.
Bianchi lembra que ele e a equipe do hoje Núcleo de Energia e Síntese de Produtos foram os primeiros a chegar para trabalhar no Centro Tecnológico. Do primeiro prédio que recebe os pesquisadores de diversas áreas, hoje há a estrutura de laboratórios e o espaço reservado para os grandes testes, onde estão implantadas plantas-piloto.
“Depois do primeiro prédio, muita coisa mudou e cresceu. O projeto de captura de CO2 com a planta-piloto que temos implantada é uma prova disso. A tecnologia que temos aqui não se encontra em nenhuma parte do mundo”, reforça Bianchi.
As pesquisas, em áreas distintas, fazem com que a equipe também procure novos conhecimentos. E foi isso que levou Bianchi a cursar o mestrado em 2016, estudando a combustão de combustíveis sólidos. “Depois de finalizar o mestrado, pude ingressar como professor na UniSatc, o que tem sido muito importante”, afirma.
Novas frentes de pesquisa
A inquietude é característica da turma do CTSatc. Na sua proposta inicial, o espaço foi pensado para dar novos usos ao carvão mineral. Mas, hoje, o que se vislumbra são tecnologias e usos que vão muito além da proposta inicial. Mas, sem perder a conexão com a indústria carbonífera, muito menos com a Satc.
Na equipe do Núcleo de Energia e Síntese de Produtos, dos sete integrantes, cinco são formados na instituição. Essa turma está à frente de projetos que envolvem as pesquisas com captura de carbono, criação e uso de zeólitas a partir da cinza do carvão mineral e outros estudos na área de gaseificação.
Aliás, foi o projeto de gaseificação, que impulsionou os estudos e levou o primeiro grupo de colaboradores da Satc aos Estados Unidos em busca de expertise norte-americana. O coordenador do Núcleo, Thiago Fernandes de Aquino chegou na instituição em 2009. De Florianópolis, veio para trabalhar com as pesquisas de gaseificação no CTSatc. Hoje, atua na coordenação do Núcleo de Energia.
A virada de chave, no âmbito das pesquisas, passa pela reestruturação física, de laboratórios e de gestão. A partir de 2013, o próprio Centro Tecnológico avança com foco na inovação, fomentando novos estudos e permitindo que pesquisadores de áreas diversas sejam incorporados.
“Começamos a ser uma instituição reconhecida pela pesquisa científica, principalmente porque há estudos que iniciaram nas bancadas e hoje tem corpo e resultados”, explica Aquino.
“A prática da pesquisa sempre existiu quando ainda éramos Faculdade por iniciativas de alguns professores. Não acontecia de forma institucionalizada, ou seja, não existia uma politica definida de áreas de conhecimento e foco em captação de recursos para essas áreas. A implantação do Centro de Tecnologia, além de obras físicas inauguradas em 2013, oportunizou a organização de todas as especialidades disponíveis, principalmente pela formação dos docentes da atual UniSatc”, reforça o pró-reitor de Pesquisa e Inovação, Luciano Bilessimo.
Para Bianchi, o impulso inicial, dado pela gestão da Satc, em especial pelo diretor executivo Fernando Luiz Zancan, que abriu portas. “Temos profissionais de ponta, laboratórios bem estruturados e equipamentos que não se encontra no Brasil. Isso é referência”, pondera.
A possibilidade de ver o novo negócio em funcionamento, com viabilidade econômica, orçamentos e aplicabilidade é algo palpável nos estudos do CTSatc. Conforme Aquino, o networking entre pesquisadores, profissionais do mercado e as próprias empresas são fatores fundamentais para o bom desempenho.
Conexão constante com a indústria
Um dos diferenciais do CTSatc é estar em constante conexão com a indústria. “Trazer problemas que as empresas enfrentam, projetar, desenvolver tecnologias e buscar novos produtos é algo que fazemos e que está relacionamento com o segmento empresarial”, pondera Aquino.
Na sua avaliação, um modelo que deve ser observado é o norte-americano, onde as políticas públicas que definem as áreas estratégicas são elencadas pelo Estado, mas a indústria é parceira, disponibilizando recursos. “O modelo norte-americano tem muito disso, com recursos direcionados para centros de pesquisa que ficam mais próximos da realidade das empresas investidoras”, ressalta.
A própria história da Satc, relacionada com o setor empresarial, e a força de formação na área das Engenharias, são mecanismos que impulsionam as parcerias. “Temos nosso conceito de pesquisa aplicada, ou seja, aquela pesquisa que tem como produto uma solução real de uma demanda iminente. Trabalhamos com esse, visando sempre a viabilidade econômica. Para atender às indústrias, a principal variável é o tempo, desde o primeiro contato até a proposição de uma possível solução, bem como, prazo para execução do projeto”, explica Bilessimo.
Cobusiness: o programa da Satc que leva inovação às empresas
Para fortalecer ainda mais a conexão com as indústrias, a última aposta do Centro Tecnológico oferece suporte também as empresas já consolidadas que queiram se reinventar. O Cobusiness, inaugurado em 2021, é um programa de inovação corporativa que permite que empresas desenvolvam soluções inovadoras e se reposicionem no mercado.
No espaço, as empresas ficam imersas dentro de um ambiente que respira inovação e podem voltar sua atenção para negócios ou produtos diferenciados. Junto a elas, além do suporte técnico e especializado de mestres e doutores da UniSatc, estão atuando bolsistas da graduação, que exercem o papel de trainees.
Segundo o head de Inovação da Satc, Gustavo De Lucca, o programa funciona em três fases: formação de mentalidade do colaborador; mapeamento de ideias; e execução, para validar se as ideias fazem sentido.
Com nove meses de funcionamento, o Cobusiness Satc já resultou em ganhos para as empresas parceiras. Mesmo em período de formação para colocar as organizações e trainees no mesmo patamar de conhecimento a nível de inovação, grandes ideias já surgiram dentro do ambiente, que resultaram em resoluções de problemas e mais geração de lucros.
Neste primeiro período, o programa promoveu áreas de capacitação e network entre as empresas, desenvolvendo sinergia entre elas para atuarem na resolução de problemas. Conforme De Lucca, foram meses de ganhos e aprendizados.
“Já recebemos muitos feedbacks positivos das empresas. Não tenho dúvidas que 2022 será o ano de consolidação do Cobusiness, o que vai gerar muito retorno para a economia local. Isso porque o programa busca gerar inovações para as empresas, o que melhora os negócios e impacta positivamente milhares de empregos”, destaca.
Experiência desafiadora e gratificante
O Grupo EZOS foi um dos que apostaram no Cobusiness para impulsionar o crescimento dos negócios. Para o sponsor do Comitê de Inovação do Conselho de Administração do grupo, conselheiro Henrique Mezzari, os primeiros meses foram desafiadores e, ao mesmo tempo, gratificante.
“Para o nosso grupo, que desde 2020 tem se estruturado e gerido empresas tradicionais no mercado, algumas com mais de 50 anos, respirar inovação é uma oportunidade de olhar para o futuro, fazer novos planos e sonhar novas metas”, ressalta.
Segundo o conselheiro, desde o primeiro encontro o grupo já observou vantagens em ter ingressado no programa. “Pensar, agir e planejar a inovação tem trazido um novo olhar para os empreendimentos, uma nova visão sobre o modelo de negócio, novos projetos e inúmeras possibilidades que estão quebrando paradigmas, trazendo um potencial competitivo novo de mercado para os negócios”, completa.
DNA inovador
Seja no âmbito escolar, da pesquisa ou do empreendedorismo, a inovação faz parte do DNA da Satc. De acordo com o reitor da instituição, Carlos Antônio Ferreira, esse ecossistema é gera uma conexão ainda maior com a sociedade.
“Acredito que por termos o DNA formado da indústria carbonífera, um setor empresarial, isso nos confere uma certa proximidade com essa área. E com os novos projetos do CTSatc, envolvendo empresas, negócios, inovação, prestação de serviços e abrangendo a construção de novas ideias, se cria uma sinergia fantástica”, pontua.
Para o diretor executivo da Satc, Fernando Luiz Zancan, não existe idade para pensar fora da caixa. Quanto antes, melhor. “Estimular a inovação é importante desde o início. Nosso propósito é fazer com que o jovem ao ser educado, tenha um espírito autônomo, empreendedor, que pense diferente o tempo inteiro, que seja criativo e, desta forma, encontre soluções para problemas”, finaliza.
*Reportagem de: Eloise de Lima, Filipe Gabriel, Lucas Jorge e Marli Vitali.