As turmas do 9º ano do Colégio Satc trabalharam, entre outros assuntos, o tema sobre o nazismo nas aulas de Língua Portuguesa. A contextualização fez parte das atividades desenvolvidas pela professora Aida Jansen, com os alunos do ensino fundamental, anos finais.

O resultado do processo de discussão e aprofundamento, que envolveu o nazismo e o holocausto, foi a produção de textos discursivos. Os alunos trouxeram dados e argumentaram sobre o período. Alguns foram selecionados e podem ser conferidos abaixo.

Uma ferida entreaberta

O Holocausto foi o momento mais atroz de toda a humanidade. É difícil lembrar e entender o assassinato que matou 40 milhões de civis que, tristemente, eram considerados “inferiores” pelos alemães nazistas.

A filósofa Hannah Arendt afirma que, “a essência dos direitos humanos é o direito a ter direitos”. Diante de tal afirmação, observa-se que na Alemanha nazista, todos os direitos de um cidadão deixaram de existir.

Esse acontecimento é uma das passagens mais tenebrosas e desconcertantes da nossa civilização. Hoje ao parar para pensar, é uma situação completamente ridícula, judeus irem a campos de concentração para morrer, mas infelizmente isso aconteceu. Por isso é um ato que precisa ser lembrado, mesmo sendo difícil e também é necessário falar sobre a tragédia.

O momento que deixou marcas por todo o mundo e quando vidas inocentes foram tiradas. Literalmente uma ferida deixada entreaberta, foi desumano tudo que tiveram de passar. Dos relatos de Anne Frank ao “o menino do pijama listrado” pobres vítimas do nazismo e da injustiça.

É aterrorizante lembrar o “dia do holocausto” precise ser lembrado e compartilhado para milhares de pessoas incrédulas de tais atos brutais. É inconcebível pensar que existam famílias que tiveram seus entes queridos mortos por Hitler. É ainda deplorável precisar falar para que não ocorra novamente. Como disse Elie Wiesel, “o oposto do amor não é o ódio; o oposto da vida não é a morte, é a indiferença”

Layza Zeferino Calegari

A indústria da Morte

Os dias rotineiros que acompanhavam a vida dos milhões de homossexuais, ciganos, poloneses, comunistas, deficientes e principalmente judeus na Europa da década de 30 foram completamente arrebatados e contidos, resultando na morte de mais de 4 milhões de pessoas e gerando o maior genocídio do mundo. Os crimes hediondos praticados pelo ódio, a intolerância e a ignorância do nazismo; movimento político que prega o racismo, o antissemitismo e a eugenia; logrou sistematizando a morte em campos de concentração que hoje melhor simbolizam os horrores do Holocausto. O fim do regime nazista não significou a derrota do fascismo como ideologia política (que permanece viva recebendo suporte e apoio de muitas pessoas atualmente), mas ocasionou a construção e o entendimento dos atuais direitos humanos.

Após o Holocausto, as nações ficaram responsáveis por pouparem as gerações vindouras do flagelo da guerra e, consequentemente, promover melhores condições de vida para todos os povos, baseadas no respeito e na igualdade. A DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos) abordou questões relacionadas aos direitos básicos de todos os seres humanos. Entre as diversas pautas estão questões relativas à liberdade religiosa, liberdade de expressão, direito à propriedade e condenação de práticas como a tortura e a escravidão.

Mesmo com o notável avanço que a DUDH proporcionou, é inegável que a humanidade ainda tenha um longo caminho a percorrer na construção de uma sociedade humanitária e justa, atualmente nos deparamos com notícias que tratam da prática de massacres, atentados terroristas em diferentes lugares do mundo, milhões de pessoas submetidas à escravidão, abuso sexual e muitas perseguidas por sua opção sexual, religião ou etnia. Nessa realidade, é possível incluir o Brasil, uma vez que, milhões de brasileiros sofrem com a fome, escassez de água e falta de melhores oportunidades de trabalho.

A sociedade ainda está repleta do mesmo ódio e ignorância que se fez presente 80 anos atrás, e com o aumento do extremismo violento e da xenofobia, a lembrança do Holocausto pode servir de alerta, dando o exemplo do ponto a que podem chegar a discriminação, o preconceito e a intolerância que estão crescendo, principalmente, nas redes sociais, por isso a ideia de promover a tolerância e a fraternidade, em respeito aos direitos humanos e ao processo civilizatório é de extrema importância e dever de todos para que o período de terror que marcou a vida de milhões de pessoas não se repita.

Manuela Fernandes Leandro

Coalizão Humana

Os direitos humanos podem ser definidos como aqueles que regem as interações entre humanos e seus direitos perante o Estado, teoricamente permitindo uma vida justa e sem os abusos de qualquer governo autoritário para com a população. É revoltante saber que essa teoria foi muitas vezes violada por ditadores como Adolf Hitler, tanto porque essa violação pode causar a perseguição e extermínio de um povo, quanto porque desestabiliza e provoca guerras em todo o planeta. 

O primeiro motivo para essa revolta é justamente o Holocausto, momento durante a Segunda Guerra Mundial em que milhões de judeus foram assassinados em campos de concentração no regime nazista de Hitler simplesmente por não estarem dentro dos padrões arianos determinado pelo ditador. Esse período da história nos revela a importância do seguimento dos direitos humanos, pois sem eles muitos outros governantes com sede de sangue começarão a disseminar ódio e morte. 

Outro motivo são as consequências da falta dos direitos humanos em uma região. Com esse déficit, muitas injustiças sociais e governamentais podem acontecer, como na França do século XVIII em que a falta de valorização social do regime monárquico da época era tão grande que chegou a gerar uma revolução interna e o risco da dominação do país por parte de outro reino que identificasse uma vulnerabilidade francesa.  

Dessa maneira, é possível interpretar que, com a violação ou falta dos direitos humanos, milhões podem morrer e nações inteiras podem sucumbir ao caos. Para evitar essa situação, as principais organizações que cuidam dos direitos humanos devem, juntamente com a ONU, difundir campanhas em países mais conservadores ou que beiram uma ditadura em busca de evitar grande revoltas e acalmar o governo. Além disso, o investimento na investigação e coalizão às células neonazistas e/ou de cunho extremista deve ser ampliado em países como o Brasil, lugar que abriga mais de 300 grupos desse tipo. 

Gabriel Manganelli Corrêa