A tatuagem e a profissão de tatuador ganha fama aqui e no mundo a fora. Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), com um estudo feito entre janeiro de 2016 e 2017, houve um aumento de 24,1% no número de estúdios abertos em todo o país. E muitos são fãs dessa forma de arte no corpo e outros já não apoiam tanto apesar de estarmos vivendo no século XXI.
Fernanda Hahn é tatuadora e tem sua própria empresa nessa área e sempre quis trabalhar com um envolvimento no mundo artístico. Mas não focada de forma exclusiva na tatuagem e foi em uma viagem para Portugal que sua vida mudou.
“Começou com apenas um hobby, cheguei até a tatuar muitas de minhas amigas em Portugal. Nesse vai e vem muitas delas começaram a recomendar meus trabalhos para outras pessoas e percebi que acabou dando muito certo. Hoje até mesmo meus pais que eram contra na época, admiram e me respeitam não apenas por ser minha fonte de renda e, sim porque tudo que consegui e conquistei na minha vida foi por causa da tatuagem, então hoje minha profissão é motivo de orgulho para eles”, declara.
Fernanda também acredita que hoje em dia já não existe mais tanta discriminação. O mercado de trabalho está cada vez mais em crescimento, apesar de algumas exceções que sempre aparecem.
“A prova disso é que agora existe um tatuador em cada esquina praticamente, e quanto mais o tempo passa a gente tem um respeito pela profissão. Eu inclusive respeito e sempre respeitei a opinião daquelas que não curtem. Na verdade, até acho legal que algumas pessoas não curtam porque se todo mundo gostasse talvez a tatuagem não tivesse a graça que ela tem. É legal ser diferente e a diferença é que faz a tatuagem ser tão legal em nossas vidas”, ressalta.
Será que vou conseguir emprego sendo tatuado?
As dúvidas dos jovens são muitas. Uma delas é quanto às entrevistas de emprego. Será que é preciso sofrer de forma antecipada só por ter um desenho em nosso braço?
“Isso está bem raro no momento, até mesmo porque hoje em dia muitas pessoas são tatuadas. E se as empresas começarem a restringir elas não vão ter tantas contratações. É claro que temos algumas exceções. Muitas profissões possuem um padrão e o funcionário não entrando nele, nada mais natural que ele não seja contratado. Quando nos tatuamos temos que saber que talvez possa fechar alguma porta. Porém, agora isso não está ocorrendo muito”, explica Fernanda.
A tatuagem, com o passar do tempo está se tornando muito mais comum entre jovens, adultos e até mesmo em idosos. Fernanda começou a se tatuar com 15 anos. “E se eu já sofri algum tipo de discriminação eu nem senti, apenas percebia algumas pessoas olhando para mim. Mas, como eu era adolescente e gostava de chamar atenção eu achava um máximo e ao invés de me atingir eu me elevava. Com o tempo a tatuagem já se torna algo tão comum no seu corpo, que você até deixa de lado olhares julgadores e palavras que possam soar como discriminadoras”, esclarece.
Gostar da tatuagem
Já a estudante Rubia Nerwis Turossi também se tatuou pela primeira vez com os seus 15 anos com a aprovação dos seus pais. “Para eles se não fosse algo feio ou que me causaria problemas futuros, estava tudo certo”.
Desde muito antes já sentia uma grande vontade de fazer uma. “Eu sempre achei lindo tatuagens e tinha muita vontade de fazer. Então quando surgiu a oportunidade, escolhi alguma coisa mais delicada e fiz. Hoje estou com duas, e nenhuma delas têm significado. Só acho elas muito lindas. Nunca sofri discriminação por causa da tatuagem e até agora nunca senti arrependimento. Se algum dia eu sentir, fazer o que, né? Kkkk”, admite.