Recrutas do 28º Grupo de Artilharia de Campanha (GAC), o Exército em Criciúma, participam de treinamento específico. Entre os dias 13 e 16 de abril, o grupo participa da Operação Tangará 2021. A atividade consiste em ensinar aos novos soldados as principais técnicas militares ligadas ao combate básico, como orientação diurna e noturna, progressão no terreno, transposição de curso da água primeiro socorros e noções de sobrevivência.
Na próxima sexta-feira o comandante do grupo fará a entrega solene da Boina verde-oliva aos soldados, como símbolo de superação e desafio comprido. Os recrutas incorporados a cada ano recebem suas boinas após terem completado o exercício no terreno do período básico de instrução individual.
Segundo o comandante do 28° GAC, tenente-coronel de artilharia José Evânio Cavalcante de Brito Junior, esses são momentos de aprendizado, pois como eles estão começando agora e não tem tanto conhecimento militar, as instruções irão ajudar a desenvolver algumas de suas habilidades.
“Aqui todos os soldados vão aprender. É como se estivesse entrando em uma nova empresa. No começo você também vai passar por um tipo de aprendizado, vai adquirir algumas capacidades novas e irá se desenvolver ao longo do tempo para assim você começar a ter mais capacidade de absorver um tipo de problema para logo em seguida dar a volta por cima”, ressaltou.
Conforme o comandante, o Exército brasileiro possui um programa chamado “Soldado Cidadão”, onde os jovens conseguem ser encaixados em algum curso técnico para que tenha uma qualificação em seu currículo.
Também há o “Emprego Dual” onde, por exemplo, caso um soldado já venha para o quartel com alguma especialidade de fora, ele poderá trabalhar com sua capacidade aqui dentro.
O apoio dos familiares dos novos soldados tem sido muito importante. “Como é uma turma que veio agora durante a pandemia é natural que a família tenha uma certa preocupação, mas a gente fez uma reunião com todos os familiares e explicamos como seriam os procedimentos e quais seriam as preocupações que teríamos com os soldados aqui dentro por conta do coronavírus. É muito bom poder ter essa interação com eles e conseguir tranquiliza-los”, afirmou o tenente-coronel.
Ismael Ferreira Espanhol é um dos novos soldados, para ele a experiência de dormir na selva é única e você só aprende na prática: “No período de instrução nós tivemos apenas teoria, começamos a aprender na prática quando fomos para o campo, dormir aqui fora é uma experiência emocionante, que você só descobre quando vive, estou estudando pra ESA (Escola de Sargentos das Armas) porque pretendo seguir carreira militar”, disse.
História de dedicação
O 28° GAC, que comemora 190 anos em 2021, é derivado de uma das seis batalhas de artilharia do 1° Regimento de Artilharia a Cavalo. Sua criação surgiu com o nome de Corpo de Artilharia a Cavalo em 4 de maio de 1831 que combateu nas guerras platinas, mais precisamente na Guerra da Tríplice Aliança.
Ao longo de sua história passaram por diversas denominações, primeiramente esteve sediado em São Gabriel (1831-1908), além de nas cidades de Alegrete-RS (1908-1925), Uruguaiana-RS (1925-1926), Santana do Livramento-RS (1926-1972), São Francisco do Sul-SC (1973-1977) e finalmente por último está localizado na cidade de Criciúma (1977 até os dias atuais).